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Publicada em 02 de Abril de 2025 às 17:17

Produtores de pecã esperam colher 5 mil toneladas em 2025

Claiton Wallauer (e) espera dobrar área de pomares em produção até 2030 e chegar a 15 mil hectares no Brasil

Claiton Wallauer (e) espera dobrar área de pomares em produção até 2030 e chegar a 15 mil hectares no Brasil

CLAUDIO MEDAGLIA/ESPECIAL/JC
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Claudio Medaglia
Claudio Medaglia Repórter
Após amargar uma quebra de cerca de 80% da safra de noz-pecã no ano passado, o segmento projeta uma colheita em torno de 5 mil toneladas em 2025 no Brasil. O resultado ainda está distante do recorde de 7 mil toneladas alcançadas em 2023, mas dá um novo ânimo aos produtores e ao governo do gaúcho, que aposta no fortalecimento da atividade no Estado.
Após amargar uma quebra de cerca de 80% da safra de noz-pecã no ano passado, o segmento projeta uma colheita em torno de 5 mil toneladas em 2025 no Brasil. O resultado ainda está distante do recorde de 7 mil toneladas alcançadas em 2023, mas dá um novo ânimo aos produtores e ao governo do gaúcho, que aposta no fortalecimento da atividade no Estado.
O RS concentra 90% da produção nacional, que é a quarta maior do mundo. Outros 10% dos pomares brasileiros estão localizados em propriedades de Santa Catarina e do Paraná. E o movimento é por ampliar a produção comercial nos próximos anos.
Dos 10 mil hectares plantados com nogueira-pecã no Brasil, cerca de 7 mil estão em produção. E, desses, 5,5 mil hectares estão no RS. A meta é chegar a 15 mil hectares até 2030”, disse nesta quarta-feira (2) o presidente do Instituto Brasileiro de Pecanicultura (IBPecan), Claiton Wallauer, em coletiva para divulgação da 7ª Abertura Oficial da Colheita de Noz-Pecã. O evento ocorrerá no dia 11 de abril, em Glorinha.
O projeto de fortalecimento da atividade, abraçado pela Secretaria de Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação, passa pelos novos mercados abertos no exterior, principalmente na China, maior comprador mundial. Aliás, a expectativa é de que até 25% desta safra seja destinada à exportação. Mas, principalmente, pelo potencial de aumento da produtividade e da qualidade das frutas, a partir do aprimoramento do manejo e da implantação de estruturas de irrigação por gotejamento.
Para melhorar essa performance, o Estado tem investido em ações de suporte técnico da Emater junto aos produtores. Estudo recente aponta que 34% dos produtores não têm utilizado o suporte agronômico da autarquia para identificar e promover ajustes e correções de solo em seus pomares.
Igualmente, não têm a visão da importância e da eficiência da implantação de sistemas de irrigação. A pecanicultura precisa de umidade na base das árvores. Então, o gotejamento é uma alternativa que pode aumentar muito o rendimento. Mas apenas 5% da área em produção é coberta por irrigação”, observou o secretário da Agricultura, Clair Kuhn.
Segundo ele, uma série de ações também vem sendo implantada para agregar valor à atividade por meio do Plano ABC +, como a utilização de ferramentas para medir a catpura de carbono no solo e o consorciamento com a pecuária, agregando importante fonte de renda às propriedades.
É um argumento a mais para contrapor as restrições ambientais impostas por outros países na hora de importar produtos agropecuários”, acrescentou Kuhn.
E, com estoques de passagem baixos por conta da quebra no período anterior, a tendência é de manutenção dos preços para comercialização na faixa entre US$ 3,30 e US$ 3,50 pelo quilo do produto com casca.
É uma boa cotação, se o produtor tiver boa produtividade, a partir de 2 mil quilos por hectare. Se colher uma tonelada nessa área, estará tirando dinheiro do bolso”, avaliou Karion Minusso, proprietário da área de 36 hectares da Nozes Glorinha, onde será realizada a abertura simbólica da colheita. No município, são cerca de 100 hectares com pecanicultura.
Os pomares de Minussi são jovens e nesta safra devem render entre 10 e 15 toneladas nas árvores já produtivas. Em 2024 a colheita foi de apenas 20% do estimado, em razão das chuvas na época da colheita e também no período de polinização. A Nozes Glorinha comercializa 20% da produção no mercado interno, para restaurantes, padarias e distribuidoras de alimentos. O restante acaba sendo destinado ao mercado externo em parceria com outros produtores do IBPecan ou com empresas de beneficiamento parceiras.
Durante o evento, estações técnicas montadas no local irão mostrar ao público diferentes etapas, do plantio à colheita. A ideia é difundir o potencial da pecanicultura e estimular o aumento de investimentos na atividade. Até porque uma das dificuldades para se consolidar como fornecedor do produto, falta ainda regularidade na oferta – problema enfrentado também pela olivicultura.
Ainda assim, diante da expectativa inicial de colher 30% menos que o potencial máximo alcançado, de 7 mil toneladas, o resultado que se desenha para esta safra aumentou o entusiasmo dos produtores.
Ainda queremos chegar a 6 mil toneladas, mas se alcançarmos as 5 mil já terá sido um bom resultado, depois do que passamos no ano passado”, completou Wallauer, do IBPecan.

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