Representantes do governo gaúcho e das principais entidades ligadas à agricultura no Estado alinharam, em reunião realizada nesta segunda-feira (24), estratégias para enfrentar a crise contínua no meio rural, em decorrência de sucessivos eventos climáticos extremos e cada vez mais intensos. Na pauta estiveram as demandas ao governo federal por medidas emergenciais, em especial no que diz respeito às dívidas dos produtores, e também por estratégias para construir um futuro mais resiliente para o agronegócio do Estado.
Foram discutidas propostas para transformar o modelo produtivo atual em um sistema mais adaptado às novas realidades climáticas.
"Não estamos aqui para apenas resolver problemas do passado, mas para construir o futuro do Rio Grande com um agro mais sustentável. Estamos diante de um cenário no qual eventos meteorológicos extremos não são mais exceção, mas uma realidade com a qual precisamos aprender a conviver. Não se trata de resolver apenas uma safra, mas o futuro", destacou Leite.
No encontro, que contou com representantes das federações da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag-RS), das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), das Cooperativas Agropecuárias (Fecoagro) e de outras entidades ligadas ao setor, um dos pontos debatidos foi a dificuldade de se implementar soluções estruturantes, como sistemas de irrigação, enquanto os produtores enfrentam alto endividamento.
"Não conseguimos avançar com a irrigação se o produtor está endividado. É preciso resolver essa questão", pontuou Leite.
Quanto à securitização das dívidas, tema que tem mobilizado o setor, o grupo reconheceu os desafios envolvendo a proposta e a necessidade de buscar alternativas.
“A securitização pode ser um caminho, mas precisamos também trabalhar com outras possibilidades para encontrar uma solução que dê mais sustentação ao setor", ponderou o governador.
Ficou definido que uma articulação política ampla será intensificada para avançar com as propostas. A ideia é buscar apoio com diferentes setores que possam contribuir para a aprovação das medidas necessárias.
"Vamos trabalhar para reunir todos os atores políticos e econômicos que possam nos ajudar nessa missão. Esta não é uma pauta sobre dívidas do passado, mas uma necessidade para o futuro do Rio Grande do Sul e, por consequência, do Brasil", enfatizou Leite.
Participaram do encontro, ainda, o vice-governador Gabriel Souza e os secretários Artur Lemos (Casa Civil), Ernani Polo (Desenvolvimento Econômico), Clair Kuhn (Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação), Vilson Covatti (Desenvolvimento Rural) e Caio Tomazeli (Comunicação), além do líder do governo na Assembleia, Frederico Antunes, e do deputado federal Pedro Westphalen.