Apesar do crescimento na capacidade de armazenagem no Brasil, que atingiu 222,3 milhões de toneladas no primeiro semestre de 2024—um aumento de 5,4%, segundo dados mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)—, o déficit em relação a produção ainda é uma realidade. A situação se agrava diante da previsão de safra recorde de grãos feita pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), estimada em 325,7 milhões de toneladas de grãos para 2024/25.
No Rio Grande do Sul, estado com o maior número de estabelecimentos de armazenagem (2.444), a capacidade total é de 35 milhões de toneladas, que não é a maior do país, ficando atrás do Mato Grosso. Somente a safra de grãos de verão deste ano está estimada em 35,07 milhões de toneladas, embora a estiagem deva trazer quebras. Por outro lado, em uma safra-ano cheia, de acordo com o presidente da Associação das Empresas Cerealistas do Rio Grande do Sul (Acergs), Roges Pagnussat, o estado consegue armazenar apenas cerca de 60% da produção.
"O problema da armazenagem tem sido mascarado pelas intempéries, que impedem safras cheias e fazem com que a gente consiga armazenar. Mas, se tivéssemos uma safra cheia, o déficit seria de cerca de 40%", disse Pagnussat.
Segundo Fábio Rodrigues, diretor vice-presidente da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), um dos principais fatores para esse cenário é o aumento da produtividade das culturas, que não acompanha os investimentos em armazenagem. "Grande parte da safra acaba ficando em caminhões. Existe um déficit até chegarmos ao equilíbrio, até porque o crédito não é acessível e, para investir em armazenagem, é preciso disponibilidade financeira", considerou Rodrigues.
Ele também destacou que, além do investimento, outros fatores influenciam a armazenagem, como energia, equipamentos e a infraestrutura logística, incluindo modais ferroviários, rodoviários e hidroviários. "Não é tão simples quanto parece", refletiu o diretor vice-presidente da Farsul.
Para Pagnussat, a falta de estrutura adequada penaliza os produtores com um "prêmio negativo" na hora do escoamento, pois a safra sobrecarrega os portos. "O escoamento precisa ser rápido, o que demanda mais espaço. São mais dias com navios esperando e menos tempo para o produtor. Imagine o custo de um navio parado por 30, 60 dias. Com isso, deixamos de ter prêmios positivos", explicou.
Ele defende que a armazenagem seja considerada nas políticas públicas. "A armazenagem retém a produção, e isso é bom para o mercado, principalmente o internacional. Podem ser praticados preços mais justos, o que significa mais Produto Interno Bruto (PIB)", ponderou Pagnussat.
No Rio Grande do Sul, estado com o maior número de estabelecimentos de armazenagem (2.444), a capacidade total é de 35 milhões de toneladas, que não é a maior do país, ficando atrás do Mato Grosso. Somente a safra de grãos de verão deste ano está estimada em 35,07 milhões de toneladas, embora a estiagem deva trazer quebras. Por outro lado, em uma safra-ano cheia, de acordo com o presidente da Associação das Empresas Cerealistas do Rio Grande do Sul (Acergs), Roges Pagnussat, o estado consegue armazenar apenas cerca de 60% da produção.
"O problema da armazenagem tem sido mascarado pelas intempéries, que impedem safras cheias e fazem com que a gente consiga armazenar. Mas, se tivéssemos uma safra cheia, o déficit seria de cerca de 40%", disse Pagnussat.
Segundo Fábio Rodrigues, diretor vice-presidente da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), um dos principais fatores para esse cenário é o aumento da produtividade das culturas, que não acompanha os investimentos em armazenagem. "Grande parte da safra acaba ficando em caminhões. Existe um déficit até chegarmos ao equilíbrio, até porque o crédito não é acessível e, para investir em armazenagem, é preciso disponibilidade financeira", considerou Rodrigues.
Ele também destacou que, além do investimento, outros fatores influenciam a armazenagem, como energia, equipamentos e a infraestrutura logística, incluindo modais ferroviários, rodoviários e hidroviários. "Não é tão simples quanto parece", refletiu o diretor vice-presidente da Farsul.
Para Pagnussat, a falta de estrutura adequada penaliza os produtores com um "prêmio negativo" na hora do escoamento, pois a safra sobrecarrega os portos. "O escoamento precisa ser rápido, o que demanda mais espaço. São mais dias com navios esperando e menos tempo para o produtor. Imagine o custo de um navio parado por 30, 60 dias. Com isso, deixamos de ter prêmios positivos", explicou.
Ele defende que a armazenagem seja considerada nas políticas públicas. "A armazenagem retém a produção, e isso é bom para o mercado, principalmente o internacional. Podem ser praticados preços mais justos, o que significa mais Produto Interno Bruto (PIB)", ponderou Pagnussat.