A colheita das uvas na safra deste ano está gerando expectativa nos produtores, principalmente no que diz respeito à qualidade. De acordo com o Instituto de Gestão, Planejamento e Desenvolvimento da Vitivinicultura do Estado do Rio Grande do Sul (Consevitis-RS), o setor projeta colher entre 650 e 700 milhões de quilos de uva no Estado, o que representa um crescimento de aproximadamente 45% em relação ao ano passado, quando o setor colheu cerca de 480 milhões de quilos devido às condições climáticas, como a umidade, que prejudicou muito o desenvolvimento dos parreirais.
Apesar do bom resultado em relação ao ano passado, Luciano Rebellatto, presidente do Consevitis-RS, afirma que esse volume corresponde a uma safra dentro da normalidade. "Vale destacar, ainda, que esse número é suficiente para abastecer o mercado, tanto interno quanto externo. Mesmo com os deslizamentos de vinhedos com as enxurradas de maio, não há risco de desabastecimento por conta da produção", tranquilizou. Ainda segundo dados do Cadastro Vitícola, o Rio Grande do Sul continua líder na produção de uvas, com cerca de 85% do que é produzido em todo o Brasil. Dentro do Estado, a Serra Gaúcha continua liderando a produção, também em torno de 85%.
O gerente técnico estadual e atual diretor técnico em exercício da Emater-RS, Luis Bohn, também reforça que esta é uma safra dentro da normalidade. "É uma boa safra, o clima tem colaborado. Mas não é extraordinária, não chegamos ao melhor. Apesar disso, as frutas de mesa estão muito boas, saborosas. O consumidor vai notar fartura no supermercado, algo que não viu no ano passado", considerou. Ele ressalta, ainda, que a nebulosidade pós cheias de maio, com as fumaças em decorrência das queimadas no País, por exemplo, assim como a irregularidade de chuvas na região da Campanha, afetam a produção pontualmente.
O presidente do Consevitis-RS pondera que a qualidade e o sabor das uvas serão, de fato, superiores às de 2024 por conta das influências climáticas, que foram mais favoráveis neste ano do que em 2023, quando as uvas da safra passada foram plantadas. "Hoje conseguimos controlar muita coisa, menos o clima. E quando chove demais, quando fica úmido, tem mais proliferação de fungos. Com a temperatura mais seca, a uva tem o tempo certo para maturação e as características da uva, como açúcar e acidez, ficam em níveis ideais", explicou Rebellatto.
Por ser a principal matéria-prima para sucos, vinhos e outros derivados da uva, Rebellatto projeta que o mesmo deve acontecer com essas produções, que devem ter qualidade superior neste ano. Ele também destaca que a vindima, como é chamado o período de colheita, é importante para o turismo, que, segundo ele, retomou 100% das atividades e está com vinícolas de portas abertas para receber os visitantes.
Cooperativas comemoram números e qualidade da safra de 2025
A Cooperativa Vinícola Garibaldi afirma que a safra de 2025 é, até o momento, de excelente qualidade. "A amplitude térmica muito grande que temos percebido favorece a maturação lenta, principalmente nas uvas brancas, colaborando para preservar o frescor da fruta e, futuramente, nos vinhos e espumantes elaborados com elas. Essa característica é importante no caso das uvas que estão sendo colhidas agora, dedicadas a espumantes e vinhos brancos, onde o frescor é fundamental para a qualidade final desses produtos", disse Ricardo Morari, enólogo da cooperativa.
Em relação ao volume, a safra será normal, capaz de abastecer o mercado durante este ano. "No ano passado, tivemos uma redução importante de volume, em torno de 35% a menos. Mas, neste ano, estamos já imaginando uma safra de volume normal." A previsão é colher em torno de 28 milhões de quilos.
Já a Cooperativa Vinícola Aurora também confirmou que este ano será de superação na colheita, após uma quebra de 28% no ano passado. A cooperativa estima colher mais de 70 milhões de quilos de uva em 2025. Os dados foram apurados junto aos 1,1 mil associados da Cooperativa Vinícola Aurora e se baseiam no levantamento da situação atual da produção nos 11 municípios de abrangência da empresa, na Serra Gaúcha.
Já a Cooperativa Vinícola Aurora também confirmou que este ano será de superação na colheita, após uma quebra de 28% no ano passado. A cooperativa estima colher mais de 70 milhões de quilos de uva em 2025. Os dados foram apurados junto aos 1,1 mil associados da Cooperativa Vinícola Aurora e se baseiam no levantamento da situação atual da produção nos 11 municípios de abrangência da empresa, na Serra Gaúcha.
Em 2024, com a quebra, o volume chegou a 50,3 milhões de quilos. A estimativa deste ano é de chegar próximo ao que foi colhido há dois anos (70,5 milhões de quilos). As primeiras variedades que chegaram à indústria, no final de dezembro, foram as híbridas Magna e Violeta. No início deste mês estão sendo recebidas as americanas Bordô e Isabel Precoce e as viníferas Chardonnay, Pinot Noir e Malvasia Aromática.