As exportações do agronegócio gaúcho totalizaram US$ 14 bilhões no acumulado de janeiro a novembro de 2024. O valor é 4% inferior ao embarcado no mesmo período do ano passado. Já no volume, foram 21,9 milhões de toneladas, aumento de 5,3%. As informações estão no Relatório de Comércio Exterior elaborado pela assessoria econômica da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul).
Na comparação entre os desempenhos do Estado e do País, o RS respondeu por 9% do faturamento nacional com vendas externas do setor. De janeiro a novembro, o agro brasileiro faturou US$ 152,6 bilhões.
Entre todos os itens exportados pelo RS, somente soja em grãos, com alta de 6%, fumo e seus produtos (12%), lácteos (294%) e produtos florestais (9%) registraram crescimento. No grupo Carnes, a queda foi de 17%, totalizando US$ 1,96 bilhão, e de 12% em volume. Boa parte dessa performance puxada pelo impacto da interrupção das exportações de carne de frango em julho, por conta da ocorrência de um foco da doença de Newcastle em aviário comercial de Anta Gorda.
Com isso, segmento sofreu uma redução de 25% no acumulado de receita do ano, faturando US$ 1 bilhão, e de 19% em volume, com 129 mil toneladas a menos embarcadas. Mas carne bovina e suína também tiveram faturamentos 9% e 2% abaixo, do desempenho do ano anterior, respectivamente. Entretanto, o volume de carne suína embarcada subiu 3%, chegando a 261,9 mil toneladas.
As vendas do Complexo Soja caíram 3%, de US$ 6 bilhões para US$ 5,8 bilhões, mesmo com aumento de 18% no volume exportado, que alcançou 13,2 milhões de toneladas. Um reflexo da diminuição dos preços da commodity. As perdas só não foram maiores justamente por conta do aumento nos embarques do produto em grão, com 2,3 milhões de toneladas a mais (27%).
Se comparados apenas os meses de novembro de 2023 e de 2024, a receita cresceu 35%, chegando a US$ 1,6 bilhão. As exportações do agro representaram 73% do faturamento das vendas externas do Rio Grande do Sul no último mês. O volume total exportado pelo setor no RS totalizou 2,3 milhões de toneladas, 41% superior a novembro de 2023. Já na comparação entre outubro e novembro deste ano, o que se verifica é uma variação de 6,3% no valor e de -14% no volume exportado.
Ao analisar os parceiros comerciais do Estado, a Ásia (sem Oriente Médio) segue como principal destino, totalizando US$ 871 milhões e 1,5 milhão de toneladas. A Europa atingiu US$ 206 milhões, sendo US$ 176 milhões para a União Europeia. Em seguida vieram o Oriente Médio, com US$ 162 milhões; África, com US$ 161 milhões, América do Sul com US$ 95 milhões, América do Norte com US$ 91 milhões; América Central e Caribe, com US$ 28 milhões; e Oceania, com US$ 5,2 milhões.
Entre os países, a China lidera, com US$ 615 milhões e participação de 37,9% no valor. Na sequência, muito distantes, aparecem Egito, com 7%; Estados Unidos, com 4,2%; índia, com 4%; e Iraque, com 3%.
No País, os US$ 152,6 bilhões arrecadados com as exportações do agro representam 48,9% do total das vendas externas no período. Esse foi o segundo melhor desempenho já registrado na série histórica. Conforme o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), a redução de 5,2% no índice de preços internacionais foi parcialmente compensada pelo aumento de 5,2% no volume exportado.
Os principais setores responsáveis por esse desempenho foram o Complexo Soja (US$ 52,19 bilhões), Carnes (US$ 23,93 bilhões) e o Complexo Sucroalcooleiro (US$ 18,27 bilhões), que juntos responderam por mais de 60% do total exportado. Apesar de uma redução de 18,7%, o Complexo Soja manteve sua posição de destaque, enquanto carnes e açúcar registraram crescimentos significativos, impulsionados por recordes de embarques e diversificação de mercados.
De acordo com o secretário de Comércio e Relações Internacionais do Mapa, Luís Rua, os resultados da diversificação de mercados e produtos começam a aparecer de forma concreta na balança comercial.
"Os produtos menos tradicionais da pauta exportadora incrementaram 7,2% em relação ao mesmo período do ano anterior. Com as boas perspectivas de safra para 2025, a continuidade das aberturas de novos mercados, a maturação comercial das aberturas já realizadas e a intensificação das ações de promoção comercial com uma série de novos instrumentos, esperamos ainda mais avanços qualitativos e quantitativos nas exportações do agronegócio brasileiro", destacou.
Faturamento em novembro foi de US$ 12,6 bi no País com exportações do setor
A carne bovina foi o principal produto, com faturamento de US$ 1,23 bilhão, alta de 29,9%
DIPOA SEAPDR/DIVULGA??O/JCO agronegócio nacional faturou em novembro US$ 12,66 bilhões, o que equivale a 45,2% do total exportado pelo Brasil no mês. Apesar de uma retração de 5,8% em relação a novembro de 2023, setores como carnes, café e produtos florestais tiveram resultados significativos, compensando parcialmente a queda nas vendas de grãos.
O setor de carnes foi o principal destaque do mês, com um recorde histórico de exportações para novembro, atingindo US$ 2,45 bilhões (+30,2%). A carne bovina foi o principal produto, com US$ 1,23 bilhão (+29,9%), seguida pela carne de frango (US$ 876,92 milhões, +31,8%) e pela carne suína (US$ 289,40 milhões, +30,8%). Esse crescimento foi impulsionado por maiores volumes exportados e preços médios mais altos.
As exportações de café também alcançaram um recorde histórico para novembro, com US$ 1,47 bilhão (+84,4%), impulsionadas por um aumento de 21,8% no volume exportado e de 51,4% nos preços internacionais. A União Europeia, Estados Unidos e México foram os principais destinos do café verde brasileiro. Já os produtos florestais cresceram 29,1%, totalizando US$ 1,51 bilhão, liderados pela celulose, com US$ 877,34 milhões em receitas.
Porém, o complexo soja sofreu uma retração de 50,3%, com exportações de US$ 1,86 bilhão, devido à quebra de safra e redução nos estoques. O milho também apresentou queda, totalizando US$ 967,89 milhões (-41,7%) devido à redução de 36,2% na quantidade embarcada.
Por outro lado, as importações de produtos agropecuários pelo País totalizaram US$ 1,54 bilhão em novembro de 2024, um aumento de 14,4% em relação ao mesmo período do ano anterior. Entre os principais itens importados estão trigo, com US$ 102,16 milhões (+21,2%), e salmões, com US$ 76,05 milhões (+14,1%).