Porto Alegre,

Anuncie no JC
Assine agora

Publicada em 22 de Novembro de 2024 às 16:02

Mais um grupo varejista francês endossa boicote à carne sul-americana

Executivo pediu às indústrias comprometimento com a origem da matéria-prima utilizada

Executivo pediu às indústrias comprometimento com a origem da matéria-prima utilizada

GRUPO PITANGUEIRA/DIVULGAÇÃO/JC
Compartilhe:
JC
JC
O CEO do grupo varejista francês Les Mousquetaires, Thierry Cotillard, endossou o boicote às carnes oriundas da América do Sul em suas redes de supermercados Intermarché e Netto. Em publicação nas redes sociais, ele afirmou que as varejistas do grupo se comprometem a não comercializar o produto sul-americano, seguindo a iniciativa do seu concorrente Carrefour.Cotillard disse que a medida visa a soberania alimentar e apoia os agricultores franceses.Ele ainda pediu uma mobilização coletiva. "Faço um apelo às indústrias para que demonstrem o mesmo nível de comprometimento e transparência quanto à origem da matéria-prima utilizada", escreveu.De acordo com ele, o boicote deve ser aplicado também aos produtos que são utilizados para fabricação de itens de marca própria.
O CEO do grupo varejista francês Les Mousquetaires, Thierry Cotillard, endossou o boicote às carnes oriundas da América do Sul em suas redes de supermercados Intermarché e Netto. Em publicação nas redes sociais, ele afirmou que as varejistas do grupo se comprometem a não comercializar o produto sul-americano, seguindo a iniciativa do seu concorrente Carrefour.

Cotillard disse que a medida visa a soberania alimentar e apoia os agricultores franceses.

Ele ainda pediu uma mobilização coletiva. "Faço um apelo às indústrias para que demonstrem o mesmo nível de comprometimento e transparência quanto à origem da matéria-prima utilizada", escreveu.

De acordo com ele, o boicote deve ser aplicado também aos produtos que são utilizados para fabricação de itens de marca própria.
LEIA MAIS: Ministério da Agricultura rechaça declaração do CEO do Carrefour sobre veto à carne do Mercosul

Nas últimas semanas, agricultores franceses ampliaram as manifestações contra o acordo comercial União Europeia-Mercosul, conforme reportado pela Associated Press.

Eles argumentam que a medida ameaça seus meios de subsistência ao permitir um aumento das importações agrícolas sul-americanas produzidas sob padrões ambientais menos rigorosos.

Os blocos econômicos chegaram a um acordo inicial em 2019, mas as negociações tropeçaram devido à oposição dos agricultores e de alguns governos europeus, como a França.
Na última quarta-feira, o CEO do Carrefour, Alexandre Bompard, afirmou que a varejista se compromete a não vender mais carnes provenientes de produtores do Mercosul, bloco formado por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai - independentemente dos "preços e quantidades de carne" que esses países possam oferecer.

Assinada por Bompard, a carta foi endereçada a Arnaud Rousseau, presidente da federação francesa que reúne os sindicatos dos operadores agrícolas, a FNSEA. Segundo ele, a decisão foi tomada após ouvir o "desânimo e a indignação" dos agricultores franceses, que protestam contra a proposta de acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul. Os atos, organizados pela FNSEA e pelos Jovens Agricultores (JA), começaram na última segunda-feira com bloqueios de rodovias.

Angus vê com grande preocupação declaração com boicite à carne

A Associação Brasileira de Angus e Ultrablack vê com extrema preocupação a manifestação do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard, publicada em rede social, desqualificando as carnes produzidas pelos países membros do Mercosul.

Segundo a associação, trata-se de uma declaração improcedente e que acarreta sérios prejuízos à imagem e à reputação da proteína brasileira, produzida a partir de um trabalho sério e responsável feito por criadores e empresas do setor. "E ainda mais grave quando a mesma é proferida por um executivo de uma companhia global com ampla ligação com o nosso país."

"No caso específico do Angus, há 21 anos estimulamos os criadores a investirem em melhoramento genético, qualidade, padronização e sustentabilidade, a fim de oferecer aos consumidores um produto diferenciado, que atenda a altos padrões de excelência."

De acordo com a entidade, o Programa Carne Angus Certificada é referência para o mundo em produção de carne premium, presente nos mais exigentes mercados como China, Chile, Holanda e Arábia Saudita, nossos maiores compradores. "Igualmente, criamos certificações para o varejo e de sustentabilidade, reforçando ainda mais a qualidade do produto que chega às mesas de todo o Brasil e diferentes nações."

Quando líderes mundiais discutem a fome e a ampliação do acesso de mais e melhores alimentos, medidas protecionistas como a anunciada pelo executivo colocam em risco esses esforços.

Reiteramos a qualidade da carne Angus do Brasil e esperamos que o bom senso prevaleça, em respeito à proteína produzida pelo Mercosul, ao trabalho de milhares de pessoas e ao livre mercado.

Notícias relacionadas