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Publicada em 17 de Outubro de 2024 às 16:44

Produtores de pecan projetam safra cheia e negócios em alta em 2025

Brasil pode colher 12 mil toneladas de pecan em 2030, projeta Eduardo Basso, do IBPecan

Brasil pode colher 12 mil toneladas de pecan em 2030, projeta Eduardo Basso, do IBPecan

IBPecan/DIVULGAÇÃO/JC
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Claudio Medaglia
Claudio Medaglia Repórter
Os produtores brasileiros de noz pecan vivem grande expectativa e projetam bons negócios em 2025. Isso porque o desenvolvimento dos pomares na atual safra sinaliza um potencial de colheita em torno de 7 mil toneladas - mais do que o dobro da obtida neste ano, em virtude dos problemas climáticos -, com preços igualmente atrativos.
Os produtores brasileiros de noz pecan vivem grande expectativa e projetam bons negócios em 2025. Isso porque o desenvolvimento dos pomares na atual safra sinaliza um potencial de colheita em torno de 7 mil toneladas - mais do que o dobro da obtida neste ano, em virtude dos problemas climáticos -, com preços igualmente atrativos.
Os Estados Unidos, segundo maior produtor da fruta, com cerca de 130 mil toneladas anuais, tiveram suas plantações atingidas pelos fortes furacões que assolaram o país nas últimas semanas, impactando a produção. E já estimam quebra de 15%. E o desdobramento imediato foi a elevação dos preços internacionais, oscilando entre US$ 3,50 e US$ 4 o quilo, com casca.
Conforme o presidente do Instituto Brasileiro de Pecanicultura (IBPecan), Eduardo Basso, a produção nacional representa apenas 2% do volume global. O País ingressou no mercado internacional como exportador há apenas três anos, tendo comercializado cerca de 500 toneladas em 2022. Mas para 2025, ele acredita que até 2 mil toneladas podem ser negociadas para além das fronteiras. A colheita se inicia em abril, e o Rio Grande do Sul é responsável por 65% da produção nacional.
Além do mais, pela baixa produção no último ciclo, entraremos o ano sem estoque do produto. E as indústrias deverão ter demanda maior do que o normal. Atualmente, somos importadores, estamos trazendo da Argentina entre 150 toneladas e 250 toneladas para abastecer o nosso mercado interno. Há um mercado imenso de oportunidades e de crescimento para o setor. Precisamos nos desenvolver mais”, diz Basso.
Dos cerca de 10 mil hectares plantados, 7 mil estão em produção – os pés têm um ciclo de oito a 10 anos para dar frutas em volume comercial. Mas o dirigente estima que em 2030 já serão 10 mil hectares na ativa, produzindo até 12 mil toneladas.
“Nosso consumo interno deverá ser de aproximadamente 7 mil toneladas, com outras 5 mil podendo ser colocadas no mercado internacional. O desafio é nos prepararmos com qualidade e variedade de produtos, que já são vários, e há pesquisas interessantes em desenvolvimento, inclusive para exploração da casca como biomassa”, projeta.
A cultura, embora com custo de produção estimado entre R$ 15 mil e R$ 20 mil por hectare, oferece ótima rentabilidade, quase dobrando o valor investido a cada safra – para a noz com casca. E há muitos produtores, além das indústrias, que já estão colhendo, descascando e processando em casa, para vender nas suas regiões, a preços na casa de R$ 80,00 por quilo.
O momento, projeta Eduardo Basso, é de fortalecer o setor. A abertura da China, maior importador do produto no mundo, para a entrada de noz pecan descascada do Brasil, ocorrida neste ano, é considerada fundamental. Por isso, as indústrias já estão se habilitando junto ao Ministério da Agricultura e ao governo do país asiático para aproveitar a oportunidade.
“As indústrias já começam a ter volume para exportação de produtos, com e sem casca. Vivemos um momento de amadurecimento dos empresários, para participar do mercado internacional com qualidade. E isso é ótimo”, conclui o dirigente do IBPecan.

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