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Publicada em 16 de Outubro de 2024 às 16:45

Haddad pede levantamento de recursos para atender produtores gaúchos

Ministro Fernando Haddad prometeu apurar as dificuldades e agilizar liberação de recursos aos produtores

Ministro Fernando Haddad prometeu apurar as dificuldades e agilizar liberação de recursos aos produtores

GRAZIELE DE CAMARGO/ARQUIVO PESSOAL/JC
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Claudio Medaglia
Claudio Medaglia Repórter
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, determinou que o Banco do Brasil faça um levantamento dos recursos necessários para os produtores rurais gaúchos possam contratar, via BNDES, para desafogar as dívidas e as dificuldades agravadas com a enchente de maio. A ordem foi dada no final da tarde desta terça-feira (15), durante audiência com representantes do movimento SOS Agro RS, em Brasília.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, determinou que o Banco do Brasil faça um levantamento dos recursos necessários para os produtores rurais gaúchos possam contratar, via BNDES, para desafogar as dívidas e as dificuldades agravadas com a enchente de maio. A ordem foi dada no final da tarde desta terça-feira (15), durante audiência com representantes do movimento SOS Agro RS, em Brasília.
No encontro, articulado pelos senadores progressistas Luis Carlos Heinze e Tereza Cristina (MS), Haddad também mandou apurar a situação nos demais operadores, como Sicredi, Banrisul e Cresol. De acordo com Heinze, o ministro prometeu liberar R$ 5 bilhões para crédito rural até a próxima segunda-feira (21). O senador também solicitou a adequação das linhas, para que o montante seja deslocado para o capital de giro.
O problema hoje é pagar a safra de 2024/2025. Investimento é assunto para outro momento, precisamos que o governo faça a destinação correta. Dos R$ 15 bilhões anunciados, apenas R$ 400 milhões chegaram às mãos de quem realmente precisa recuperar a lavoura”, afirmou.
Na sexta-feira passada (11), os R$ 412 milhões autorizados e disponibilizados pelo BNDES se esgotaram em minutos, em 400 operações contratadas. A estimativa de demanda ronda a casa dos R$ 20 bilhões.
Na audiência com Haddad, a produtora rural Graziele de Camargo, coordenadora do SOS Agro, abordou os percalços enfrentados pelo setor, com a burocracia e a falta de recursos para retomar a produção nas suas propriedades.
“Relatamos toda a problemática que os agricultores gaúchos vem enfrentando nos últimos 166 dias, sem solução factível. Toda burocracia e legislações e normativas criadas impossibilitaram o acesso à maioria dos produtores. O ministro garantiu que não faltará recursos financeiros na linha do BNDES criada para aqueles produtores rurais que tem dívidas oriundas a créditos livres. E que dentro de sete dias o Ministério da Fazenda apresentara o número necessário para que os produtores possam resolvem suas situações”, contou.
Graziele prevê que, se a situação não for contornada, em breve haverá um problema social. “Os produtores que estão sem capacidade de pagamento para captar recursos e realizar a nova safra 2024/2025 serão substituídos por produtores de maior porte. Alertamos que passamos pela maior tragédia do Brasil e que ainda aguardamos uma solução”.
A audiência foi acompanhada também pelo presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, Pedro Lupion (PP-PR), e os deputados federais gaúchos Afonso Motta (PDT), Alceu Moreira (MDB) e Marcel van Hateem (NOVO), além do vice-presidente da Assembleia Legislativa do RS, Paparico Bacchi. Ele avaliou que a participação dos parlamentares foi importante para facilitar a busca pelo entendimento entre produtores e o governo federal.
“Entramos na reunião com a percepção de que o ministro Haddad desconhecia a realidade dos produtores rurais gaúchos e, conforme as pautas eram abordadas, o ministro se inteirou ainda mais dos anseios do nosso estado. (...) Saímos do encontro com o sentimento de mais uma etapa concluída e de que as coisas vão tomar o rumo certo para os agricultores do RS. É preciso ter prudência e esperar o prazo dado pelo ministro”, comentou.
Ao final do encontro, foi anunciado que o BB irá protelar os pagamentos que estavam previstos para o dia 15 de outubro, para que os produtores possam tomar custeios novos até março de 2025. O procedimento deverá ser repassado aos demais agentes financeiros, para ser usado como modelo nas operações futuras.

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