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Publicada em 23 de Setembro de 2024 às 17:34

Lula sanciona lei, e novo crédito fica mais perto de produtor gaúcho

Learsi projeta dificuldades no plantio da safra de soja, cuja preparação dos solos ainda não ocorreu

Learsi projeta dificuldades no plantio da safra de soja, cuja preparação dos solos ainda não ocorreu

TÂNIA MEINERZ/JC
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Claudio Medaglia
Claudio Medaglia Repórter
Sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e publicada no Diário Oficial da União nesta segunda-feira (23), a Lei 14.981/2024 finalmente materializa as promessas feitas ainda na Expointer pelo ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, aos produtores rurais afetados pelas chuvas extremas de abril e maio.  O texto amplia os recursos e prazos de medidas provisórias (MPs) que estavam por caducar, concedendo descontos em créditos e fortalecendo o Fundo Garantidor de Operações com um aporte de R$ 4,5 bilhões. 
Sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e publicada no Diário Oficial da União nesta segunda-feira (23), a Lei 14.981/2024 finalmente materializa as promessas feitas ainda na Expointer pelo ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, aos produtores rurais afetados pelas chuvas extremas de abril e maio.  O texto amplia os recursos e prazos de medidas provisórias (MPs) que estavam por caducar, concedendo descontos em créditos e fortalecendo o Fundo Garantidor de Operações com um aporte de R$ 4,5 bilhões. 
A medida deverá destravar, a partir de outubro, o acesso a crédito para resolver dívidas do passado e investir na safra de verão. A avaliação é do coordenador do Movimento SOS Agro Paulo Learsi, que aguarda, agora, pela regulamentação, pelo Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) sobre o custo financeiro das operações.
“Estamos conversando com o governo e esperamos para até o final desta semana a definição sobre as taxas de juros, o spread e o limite a ser cobrado pelas instituições financeiras. Ao final desse imbróglio, não ficou ruim. Mas ainda falta o recurso efetivamente chegar na ponta, para que o produtor possa contratar o novo financiamento”, ponderou.
De acordo com a lei, os empréstimos terão prazo de pagamento entre um ano e sete anos, com carência entre seis meses e dois anos, podendo totalizar até nove anos para a quitação. A expectativa é de que as taxas fiquem entre 8% e 10% ao ano.
Learsi avaliou como “muito positiva” a audiência pública realizada na semana passada, na Assembleia Legislativa. Na ocasião, governo federal e parlamentares foram duramente cobrados pelo Movimento a eliminar os entraves para a operacionalização dos termos anunciados em 30 de agosto, em Esteio.
O produtor considera, entretanto, que a safra de soja no Rio Grande do Sul já irá largar com atraso quanto à preparação dos solos e, principalmente, a compra de insumos.
“Cerca de 30% a 40% dos sojicultores ainda não adquiriram adubo para usar em suas lavouras, pois precisavam antes resolver essas questões do passado. E isso deverá causar algum problema de logística no porto, pela concentração de demanda em um mesmo período. Provavelmente, quem for plantar em 15 de outubro irá fazer a aplicação do adubo somente depois”.
Porém, com a sinalização de que os meses de dezembro e janeiro serão de menos chuvas, muitos deverão fazer a semeadura apenas em 15 de novembro, para que a floração da soja ocorra em fevereiro. Conforme levantamento feito pela Emater, a intenção é de um plantio da oleaginosa em 6,8 milhões de hectares no Estado, 1,5% a mais do que na safra passada, com uma produção de 21,6 milhões de toneladas, desempenho 18,5% superior.
Ainda, segundo a empresa de assistência técnica e extensão rural, a semeadura de milho já ronda os 40% da área projetada, de 748.511 hectares, com volume estimado em 5,3 milhões de toneladas. E no arroz, cultura para a qual são projetados 948 mil hectares cultivados, a semeadura já começou e alcança cerca de 1% dessa área, de acordo com o Instituto Rio Grandense do Arroz.

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