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Publicada em 17 de Setembro de 2024 às 17:46

Conab projeta 326,9 milhões de toneladas de grãos na próxima safra

A semeadura de arroz já se iniciou no Rio Grande do Sul, como em Itaqui, na Fronteira Oeste

A semeadura de arroz já se iniciou no Rio Grande do Sul, como em Itaqui, na Fronteira Oeste

GIL NETO/IRGA/DIVULGAÇÃO
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Claudio Medaglia
Claudio Medaglia Repórter
O Brasil poderá colher 326,9 milhões de toneladas de grãos na safra 2024/2025, o que seria um novo recorde na produção nacional. O número foi apresentado nesta terça-feira (17) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que destaca a intenção de ampliação de 11,1% na área a ser cultivada com arroz, inclusive nas regiões Centro-Oeste e Norte.O movimento faz parte da estratégia do governo federal, que pretende estimular a produção do cereal em outros estados para diminuir a dependência da safra gaúcha para abastecer o País. Atualmente, o Rio Grande do Sul é responsável por 68% do arroz colhido no Brasil.
O Brasil poderá colher 326,9 milhões de toneladas de grãos na safra 2024/2025, o que seria um novo recorde na produção nacional. O número foi apresentado nesta terça-feira (17) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que destaca a intenção de ampliação de 11,1% na área a ser cultivada com arroz, inclusive nas regiões Centro-Oeste e Norte.

O movimento faz parte da estratégia do governo federal, que pretende estimular a produção do cereal em outros estados para diminuir a dependência da safra gaúcha para abastecer o País. Atualmente, o Rio Grande do Sul é responsável por 68% do arroz colhido no Brasil.
Na safra 2024/2025, cuja semeadura do cereal já se iniciou, os produtores gaúchos sinalizam intenção de plantar 948,3 mil hectares, 5,3% a mais em relação ao ciclo anterior. A ideia é justamente aproveitar a boa valorização do cereal no mercado e avançar sobre mercados do exterior, sem descuidar do abastecimento interno.
Conforme o gerente de Produtos Agropecuários da estatal Sérgio Roberto Santos, o arroz sofreu perdas de áreas sucessivas no País desde 2003, principalmente para as culturas de soja e milho. Tanto que os estoques atuais seriam de apenas 397 mil toneladas, o que se esgotaria em 13 dias.

Agora, com preços atrativos e uma tendência de La Niña de fraco a moderado, a sinalização dos produtores é de apostar mais na atividade. Se confirmadas as projeções, a próxima safra pode resultar em uma produção nacional de 12,1 milhões de toneladas, 14,7% maior do que no último período. A Conab estima, ainda, 2 milhões de toneladas do grão a serem exportadas, contra 1,4 milhão de toneladas em importações, e a formação de estoques com 939,4 mil toneladas.

O cultivo de feijão também deve apresentar aumento de área no próximo ciclo, estimado em 1,2% sobre a safra 2023/2024, chegando a 2,89 milhões de hectares. Mas, como a produtividade das lavouras tende a apresentar ligeira queda, a colheita da leguminosa deverá se manter dentro de uma estabilidade próxima a 3,28 milhões de toneladas, 0,4% superior à anterior e a maior desde 2016/2017. De acordo com o gerente de Fibras e Alimentos Básicos da Conab, Gabriel Rabello, a produção da cultura seguirá ajustada à demanda, proporcionando rentabilidade ao produtor.

Ao todo, o Brasil deve plantar 81,4 milhões de hectares na safra 2024/2025, com pequeno aumento de área também na cultura de soja (3%). A projeção é de que 47,4 milhões de hectares sejam plantados com a oleaginosa. E, com rendimento médio de 3.508 quilos por hectare, o volume final poderá chegar a 166,2 milhões de toneladas.

Mesmo com os preços nacionais em baixa e os desafios de rentabilidade, a cultura se mantém rentável e, principalmente, com liquidez. A demanda global crescente, impulsionada pelo aumento do esmagamento e pela expansão da produção de biocombustíveis sustenta as expectativas de ampliação das exportações e do processamento interno.

Já em relação ao milho, o cenário é de manutenção da área a ser cultivada, mas com recuperação de produtividade. Com isso, a produção estimada é de 119,8 milhões de toneladas.

No mercado interno, a demanda pelo grão deverá se manter aquecida, uma vez que o bom desempenho do mercado exportador de proteína animal deverá sustentar o consumo por milho, especialmente para composição de ração animal. Além disso, é esperado um aumento da procura do grão para produção de etanol, sendo estimado um crescimento de 17,3% para a produção do combustível produzido a partir do milho.

Já no segmento carnes, o volume total produzido ao final de 2025 é projetado em 30,7 milhões de toneladas, redução de 0,1%. A maior queda, de 4,3% é nos cortes bovinos.
O enxugamento dos rebanhos nos últimos anos, com abate de fêmeas por conta da desvalorização do produto, deverá fazer o País chegar ao fim do próximo ano com 225,9 milhões de cabeças, contra 234,3 milhões de reses em 2022. Agora, com menor oferta e as cotações em alta, um novo ciclo vem se desenvolvendo, com pecuaristas retendo matrizes para produção de terneiros. A produção de carne bovina deverá totalizar 9,7 milhões de toneladas.

Paralelamente, a avicultura de corte e a suinocultura estão em viés de alta. A produção de carnes deve aumentar 2,1% nas aves (15,5 milhões de toneladas), com crescimento de 1,9% nas exportações (5,199 milhões de toneladas). Nos suínos, a alta esperada na produção é de 5,4% (5,4 milhões de toneladas), e as vendas ao mercado externo devem aumentar 3%, chegando a 1,27 milhão de toneladas, mostra o estudo da Conab.
PRODUÇÃO PROJETADA PARA A AGROPECUÁRIA
Arroz –
12,1 milhões de toneladas
Soja –
166,2 milhões de toneladas
Milho –
119,8 milhões de toneladas
Feijão –
3,28 milhões de toneladas
Total grãos – 326,9 milhões de toneladas

Carne de frango 15,5 milhões de toneladas
Carne suína 5,4 milhões de toneladas
Carne bovina 9,7 milhões de toneladas
Total carnes – 30,7 milhões de toneladas
Fonte: Conab

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