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Publicada em 26 de Agosto de 2024 às 17:34

Arrozeiros pretendem aumentar área de plantio em 5,3% na próxima safra

Na Expointer, diretora técnica do Irga, Flávia Tomita, apresentou números da safra 2023/2024 e intenção de plantio para o período 2024/2025

Na Expointer, diretora técnica do Irga, Flávia Tomita, apresentou números da safra 2023/2024 e intenção de plantio para o período 2024/2025

SÉRGIO PEREIRA/IRGA/DIVULGAÇÃO/JC
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Claudio Medaglia
Claudio Medaglia Repórter
Cotações em alta e estoques ajustados estão mostrando uma intenção de aumento na área de plantio de arroz no Rio Grande do Sul para a safra 2024/2025. O crescimento projetado, de 5,2% sobre a semeadura efetivada no período anterior, aponta para o cultivo de 948,3 mil hectares. Um movimento estratégico e calculado para assegurar o abastecimento interno e também avançar sobre mercados do exterior.
Cotações em alta e estoques ajustados estão mostrando uma intenção de aumento na área de plantio de arroz no Rio Grande do Sul para a safra 2024/2025. O crescimento projetado, de 5,2% sobre a semeadura efetivada no período anterior, aponta para o cultivo de 948,3 mil hectares. Um movimento estratégico e calculado para assegurar o abastecimento interno e também avançar sobre mercados do exterior.
A perspectiva foi apresentada nesta segunda-feira (26) pelo Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), em coletiva que também consolidou os números da safra passada. Conforme a diretora técnica da autarquia, Flávia Tomita, foram colhidas 7,198 milhões de toneladas, com produtividade média de 8.387 quilos por hectare. E as chuvas extremas de abril e maio provocaram a perda de 46,9 mil hectares, 5,22% da área plantada.
Para a próxima semeadura, temos um importante aumento projetado, que assegura oferta de produto sem ameaçar as cotações com volumes em excesso. É um efeito da possibilidade de La Niña, que favorece a cultura, em alta no mercado”, observa Flávia.
Por outro lado, a soja, que não vive o seu melhor momento, deverá ocupar um espaço 4,3% menor em terras baixas, sendo semeada em 403,9 mil hectares, contra 422 mil hectares no último plantio em áreas de arroz.
Esse balanço entre as culturas sinaliza que o produtor está atento à necessidade de manutenção da rotação de culturas, ressaltou o presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), Alexandre Velho. “A soja reduz, mas não muito. A rotação com a soja e o uso de coberturas vegetais de inverno reduzem o surgimento de plantas invasoras na safra de verão. Cresce o arroz para os mercados interno e externo. Mas é importante melhorar o trabalho dentro da porteira, para gerar mais produtividade e rentabilidade”.
A proposta dialoga com o aumento da eficiência e da produtividade também por meio da integração entre lavoura e pecuária. “Alcançamos uma atividade mais profissionalizada, aproveitando o momento positivo do arroz, com preços adequados à realidade de custos, acrescentou Fernando Rechsteiner, conselheiro do Irga e representante da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul) no evento.
Para o secretário da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação, Clair Kuhn, a intenção de ampliação da área de arroz é também uma mostra de resiliência do produtor gaúcho, que terá pela frente também o desafio de recuperar solos degradados pelas chuvas. “Mas, para isso, será preciso crédito e condições de acesso, o que estamos ainda tentando equacionar com o governo federal, especialmente em relação à renegociação das dívidas anteriores às enchentes”.

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