Começou nesta segunda-feira (19) o ingresso dos animais de argola que participarão da 47ª Expointer no Parque Estadual de Exposições Assis Brasil, em Esteio. O primeiro caminhão a cruzar os portões, às 8h07min, foi trazido de Aceguá pelo expositor de ovinos Texel Olinto dos Santos Salgueiro. Mas antes de suas quatro fêmeas desembarcarem, quem pisou no complexo foram três carneiros, da Estância Magnólia, do mesmo município, e do criador Sérgio Soares, de Candiota.
Salgueiro, de 68 anos, trouxe os animais das três propriedades em uma viagem de oito horas e meia, até estacionar à 1h em frente ao Portão 8, na avenida Celina Kroeff, ponteando a extensa fila que se começou a se formar ao longo da madrugada. E, mesmo avesso a entrevistas, considerou que a primazia na entrada pode ser um sinal de bons negócios durante e após a feira.
Ele deu início à cabanha há sete anos, após adquirir um lote de terras na propriedade em que trabalhava. E agora traz a Esteio fêmeas selecionadas para venda em leilão.
“Tenho 10 matrizes e seis borregas de 12 meses na propriedade. A Expointer é uma vitrine importante para alavancar negócios. Então, vendendo bem no remate, consigo pagar os custos com deslocamento e alimentação. A feira se paga, e ainda posso obter maior valorização ao comercializar outros animais ao longo do ano”, projetou.
Para acolher os animais que participarão da mostra, 55 médicos veterinários e técnicos agrícolas do Departamento de Vigilância e Defesa Sanitária Animal (DDA) da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação estarão atuando, divididos em equipes. Ao todo, o DDA terá 120 profissionais no parque, em um time que também reúne zootecnistas.
Na entrada, além de conferir toda a documentação de transporte e sanitária, as equipes fazem uma avaliação visual em cada um dos exemplares. O exame tem o objetivo de certificar que nenhum animal tenha carrapatos ou lesões infectocontagiosas, contou a veterinária Camila Mário Brites, enquanto avaliava um conjunto de bovinos Hereford.
O esforço também é para que as estrelas sobre patas possam ser acomodadas e adaptadas à nova rotina no parque o mais breve possível. “É preciso que eles estejam acostumados com o movimento de público, os sons, os pavilhões e tudo que é novo à sua volta para poderem expressar na plenitude suas potencialidades. Especialmente os animais que vêm para serem avaliados em julgamentos e provas funcionais, como o concurso leiteiro, por exemplo”, observou a subsecretária do parque, Elizabeth Cirne Lima.
A entrada dos 3.458 representantes de elite inscritos, de 92 raças, poderá ocorrer até as 22h de sexta-feira (23). Depois desse horário, apenas os animais rústicos poderão entrar e sair do complexo, conforme calendário de programação das atividades das quais irão participar.
A 47ª Expointer será aberta no sábado (24) e segue até o dia 1º de setembro. E carrega a missão de mostrar a retomada econômica do Rio Grande do Sul após as enchentes de maio. E o desafio será alcançar ou mesmo superar o resultado registrado na edição anterior, quando R$ 7,9 bilhões foram comercializados durante os nove dias do evento.