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Publicada em 22 de Julho de 2024 às 17:58

Fiscais vistoriam aviários para descartar novos casos de Newcastle

Veículos passam por desinfecção nas barreiras montadas pela Secretaria da Agricultura no Vale do Taquari

Veículos passam por desinfecção nas barreiras montadas pela Secretaria da Agricultura no Vale do Taquari

JULIA CHAGAS/SEAPI/JC
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Claudio Medaglia
Claudio Medaglia Repórter
Com Agências
Com Agências
Pelo menos 274 propriedades rurais com criatórios de aves já foram vistoriadas desde a semana passada por fiscais estaduais agropecuários e técnicos agrícolas no entorno de Anta Gorda, no Vale do Taquari. A ação, apoiada pela Brigada Militar, faz parte do protocolo estabelecido pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) para conter e eliminar a doença de Newcastle, identificada em uma ave morta em aviário do município.
Uma coleta de amostras de suspeita fundamentada de síndrome respiratória e nervosa das aves, realizada no município de Progresso, foi encaminhada para o Laboratório Federal de Defesa Agropecuária de Campinas (SP). Mesmo com os resultados negativos de exames realizados em animais mortos encontrados em outras três granjas da região, a fiscalização deverá se estender a todas as 870 propriedades que desenvolvem a avicultura, seja de forma comercial ou de subsistência.

Leia mais: Mapa descarta três casos suspeitos de doença de Newcastle no RS

Foram estabelecidas oito barreiras sanitárias, cinco num raio de três quilômetros do foco e três na área de vigilância, distante até 10 quilômetros do local onde a doença foi confirmada. Conforme a diretora do Departamento de Vigilância e Defesa Sanitária Animal da Secretaria, Rosane Collares, estão sendo feitos a desinfecção de veículos e o controle da movimentação de animais, camas aviárias, esterco e demais produtos que possam carregar o vírus causador da doença.
Até agora não identificamos nenhuma evidência de que tenhamos qualquer outra ave com sinais compatíveis com doença de Newcastle", informou Rosane.
A doença atinge somente aves, garantem os órgãos oficiais e o setor privado. Por isso, asseguram que o consumo desses produtos, inclusive com origem na região, não impõe qualquer risco à saúde humana.
O episódio, entretanto, gera impacto comercial sobre a cadeia produtiva de aves e colocou os governos estadual e federal em alerta. As exportações foram suspensas pelo governo brasileiro, conforme preconiza a Organização Mundial de Saúde Animal (Omsa). E o Mapa declarou estado de emergência zoosanitária no Rio Grande do Sul. Com esses movimentos, a União procurou dar transparência e segurança ao mercado, garantindo o cumprimento de todas as etapas para evitar a propagação da enfermidade.
Com o descarte de novos casos da doença até o momento, a expectativa do setor é de que os embarques comecem a ser retomados em breve. É o que espera o presidente da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), José Eduardo dos Santos, que aguarda a sinalização do Mapa sobre as negociações com os países com os quais o Brasil tem acordos bilaterais de comércio de produtos avícolas.
O dirigente acredita que que o efeito sobre as exportações não será grande, embora já haja algum atraso no fluxo de embarques, por conta da autossuspensão imposta pelo Brasil.
“A medida foi adotada de forma responsável e transparente, em um sinal ao mercado de seriedade na nossa postura. Na sequência, o governo federal volta a consultar individualmente cada um dos países com quem temos acordos bilaterais para comercialização desses produtos para requerer a retomada das exportações e dar início ao processo, com envio de documentações e outros requisitos formais”, observou Santos.
Nesta segunda-feira (22), a Secretaria da Agricultura esteve em reunião com prefeitos dos municípios de Anta Gorda, Putinga, Ilópolis, Relvado e Doutor Ricardo, que estão incluídos no raio de 10 quilômetros a partir do foco.
"É importante alinhar as informações com todos os entes municipais: explicar exatamente o que é um foco de Newcastle, as medidas a serem tomadas, como vamos trabalhar na região, quais são os impactos locais. Assim que finalizarmos toda a atividade e comprovarmos a ausência de circulação viral, teremos um prazo de 90 dias para reconhecimento internacional de retorno ao status sanitário anterior", concluiu Rosane Collares.
A Secretaria da Agricultura alerta que todas as suspeitas da doença, que incluem sinais respiratórios, neurológicos ou mortalidade alta e súbita em aves, devem ser notificadas imediatamente, por meio da Inspetoria ou Escritório de Defesa Agropecuária, pelo sistema e-Sisbravet ou pelo WhatsApp (51) 98445-2033.

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