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Publicada em 19 de Julho de 2024 às 01:25

Estado registra foco de doença de Newcastle

Pelo menos 75 propriedades avícolas em um raio de 3 quilômetros do local do foco serão monitoradas

Pelo menos 75 propriedades avícolas em um raio de 3 quilômetros do local do foco serão monitoradas

/Bob Nichols/USDA/JC
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Claudio Medaglia
Claudio Medaglia Repórter
Com agências
Com agências
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) confirmou foco da doença de Newcastle (DNC) em estabelecimento de avicultura comercial de corte, localizado no município de Anta Gorda, no Rio Grande do Sul. O diagnóstico positivo foi informado pelo Laboratório Federal de Defesa Agropecuária de São Paulo (LFDA-SP), reconhecido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) como laboratório de referência internacional para o diagnóstico da DNC. A investigação epidemiológica do caso foi conduzida pela Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação do Rio Grande do Sul (Seapi) que encaminhou as amostras para a análise laboratorial.
Pelo menos 7,5 mil aves morreram no estabelecimento comercial. Outras cerca de 7 mil deverão ser abatidas, no processo de despovoamento da granja para eliminação do vírus. Conforme o diretor do Departamento de Saúde Animal do Mapa, Marcelo Mota, outras quatro granjas comerciais na região também tiveram registro de mortandade superior a 10% da população e terão amostras coletadas para análise laboratorial.
O caso colocou em alerta todos os agentes do sistema de biosseguridade federal, estadual e do setor privado, mobilizado para reforçar os protocolos sanitários e restringir a área onde a enfermidade foi detectada. A partir da confirmação, o governo brasileiro começou a notificar todos os países com os quais tem relações comerciais para exportação de produtos avícolas, como genética, ovos e carne. As negociações bilaterais definirão com quais e por quanto haverá a interrupção dos embarques.
Pelo menos 75 propriedades avícolas em um raio de 3 quilômetros do local do foco serão monitoradas por técnicos da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação e do Mapa. Outras 801 granjas localizadas em um raio de 10 quilômetros de distância também serão visitadas para acompanhamento.
O objetivo é minimizar o impacto econômico e social da suspensão das exportações. A região é uma das mais fortes produtoras de aves do Estado. Segundo o diretor do Mapa, a suspeita é que a doença tenha sido transmitida por um pombo que ultrapassou as barreiras do aviário, que teve parte do telhado danificado por um episódio de granizo. O Mapa ressalta que o consumo de produtos avícolas inspecionados pelo Serviço Veterinário Oficial permanece seguro e sem contraindicações.
 

A enfermidade

A doença de Newcastle (DNC) é uma enfermidade viral que afeta aves domésticas e silvestres, causando sinais respiratórios, frequentemente seguidos por manifestações nervosas, diarreia e edema da cabeça nestes animais.
De notificação obrigatória a OMSA, ela é causada pela infecção por vírus pertencente ao grupo paramixovírus aviário sorotipo 1 (APMV-1), virulento em aves de produção comercial.

Consumo de carne e ovos é seguro, diz ministro

Carlos Fávaro disse que não é preciso receio no consumo dos produtos

Carlos Fávaro disse que não é preciso receio no consumo dos produtos

/Valter Campanato/Agência Brasil/JC
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou que o consumo de produtos avícolas permanece seguro após a detecção de foco da doença Newcastle (DNC) em aviário comercial no Rio Grande do Sul. "Tivemos a confirmação na quarta-feira de caso de Newcastle, mas foram tomadas todas providências de isolamento. É importante tranquilizarmos a população que a Newcastle não é uma zoonose transmissível", disse Fávaro a jornalistas ontem. "Não é preciso ter nenhum receio de continuar consumindo carne de frango, ovos", acrescentou.
De acordo com o ministro, não há notícia de novos focos no entorno do aviário onde foi detectado a Newcastle. "Não há mortandade de animais no entorno do aviário e nenhum sintoma de que isso se propagou", disse Fávaro, mencionando o sistema tripartite de defesa sanitária do País. "Com total transparência, agilidade e integração, daremos todas respostas e ações para coordenar os trabalhos e voltar a normalidade", observou.
A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e a Associação Gaúcha de Avicultura (ASGAV) comunicaram em nota estarem acompanhando e dando suporte à ação do Ministério da Agricultura. Conforme o comunicado, autoridades federais e do Estado agiram rapidamente na identificação do caso com interdição da granja, garantindo que não houvesse saída de aves.

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