As exportações do agronegócio gaúcho no primeiro semestre de 2024 totalizaram US$ 6,4 bilhões. O valor, que é 10,8% inferior ao faturamento verificado no mesmo intervalo do ano passado, corresponde a 7,8% do total do agro nacional no período, de US$ 82,3 bilhões. Em volume, foram 10 milhões de toneladas de produtos do Rio Grande do Sul, 2% a menos na comparação com o período de janeiro a junho de 2023.
O levantamento é da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul). A entidade observa, entretanto, que houve um aumento importante nas exportações de soja em grão, resultado da recuperação da safra, após dois anos de estiagem. Foram 2,6 milhões de toneladas, alta de 37% sobre as 1,9 milhão embarcadas entre janeiro e junho de 2023.
As exportações do grão no Estado compensaram as quedas no farelo e, principalmente, no óleo de soja. Enquanto isso, os embarques totais do Complexo Soja no País tiveram retração de 17,6%, para US$ 33,5 bilhões, segundo dados do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).
"O principal fator para a queda nas exportações brasileiras de soja em grãos está na redução das vendas ao mercado chinês. Apesar de a China ser o maior destino, tendo representado 72,2% das vendas brasileiras, foram exportados US$ 20,1 bilhões e 13% a menos do que havia sido registrado no ano anterior. Outro mercado que sofreu forte redução foi a Argentina, cujas exportações brasileiras foram quase US$ 1,5 bilhão inferiores em 2024", disse o Mapa em nota.
Já o setor de proteína animal gaúcho refletiu o impacto da enchente de maio. As cadeias avícola, suinícola e a bovinocultura de corte, bem como a produção de ração, foram bastante afetadas, uma vez que muitas propriedades e estruturas ligadas às atividades se localizam em regiões atingidas pelo evento. Com isso, a venda de carne para o mercado externo foi 6% menor, ficando em 553,4 mil toneladas no semestre, aponta a Farsul.
E, no grupo de cereais, a redução foi ainda maior, chegando a 17%. A redução foi de 8% no trigo, de 40% no arroz, e 82% no milho, que exportou 77,3 mil toneladas, contra 433,8 mil toneladas no mesmo período do ano passado. No cenário nacional, o faturamento com os embarques de milho caíram 44%, para US$ 1,8 bilhão, o que, em parte, reflete a menor safra colhida no País.
Conforme a Farsul, os principais parceiros comerciais do Estado nesse período foram a Ásia (exceto o Oriente Médio), com US$ 691 milhões e 1,3 milhão de toneladas, e a Europa, que atingiu US$ 198 milhões, sendo US$ 156 milhões para a União Europeia. Em seguida vem o Oriente Médio, com US$ 105 milhões, América do Norte, com US$ 101 milhões, América do Sul, com US$ 74 milhões, África, com US$ 42 milhões, Oceania, com US$ 64,5 milhões e América Central e Caribe, com US$ 48 milhões.
A China continua sendo o maior cliente do agro do Rio Grande do Sul, com US$ 470 milhões e participação de 37%. Em seguida vêm Bélgica, com 16,6%; Estados Unidos, com 6,5%; Índia, com 3,2%; e Coréia do Sul, com 2,7%.
No mês de junho, porém, houve aumento de 6,4% no valor das exportações e de 8% no volume sobre maio de 2024. Em faturamento, a alta foi de 1%, totalizando US$ 1,2 bilhão. O volume exportado também aumentou no agregado, passando de 1,6 milhão de toneladas em junho de 2023 para 1,8 milhão de tonelada em junho de 2024.
No período, o Rio Grande do Sul exportou US$ 1,6 bilhão, sendo que o agronegócio respondeu por 76% desse montante, ou US$ 1,2 bilhão. Em volume, o agronegócio representou 92% dos embarques.
No total das exportações brasileiras de produtos agropecuários, o faturamento ficou 0,4% abaixo do obtido de janeiro a junho do ano passado. O percentual correspondendo a uma queda de US$ 291 milhões, de acordo com o Mapa.
Mesmo com recuo, a receita é a segunda maior para o período na série histórica. O setor respondeu por 49,2% dos embarques totais do País na primeira metade deste ano, levemente abaixo dos 50% entre janeiro e junho de 2023.
Paralelamente, as importações brasileiras de produtos agropecuários cresceram 14,2% no primeiro semestre em relação a igual período do ano passado, para US$ 9,5 bilhões. A cifra equivale a 7,6% do total internalizado pelo País no período. O saldo da balança comercial do setor ficou positivo em US$ 72,8 bilhões frente aos US$ 74,3 bilhões de igual período de 2023.
As exportações do agronegócio gaúcho (em toneladas)
Complexo Soja
1º semestre 2023: 3.857.022
1º semestre 2024: 4.365.047 (+13%)
Soja em grãos
1º semestre 2023: 1.901.437
1º semestre 2024: 2.596.822 (+37%)
1º semestre 2023: 3.857.022
1º semestre 2024: 4.365.047 (+13%)
Soja em grãos
1º semestre 2023: 1.901.437
1º semestre 2024: 2.596.822 (+37%)
Farelo de soja
1º semestre 2023: 1.656.174
1º semestre 2024: 1.623.840 (-2%)
Óleo de soja
1º semestre 2023: 299.411
1º semestre 2024: 144.385 (-52%)
Carnes
1º semestre 2023: 587.429
1º semestre 2024: 553.435 (-6%)
Carne bovina
1º semestre 2023: 32.203
1º semestre 2024: 30.051 (-7%)
Carne de frango
1º semestre 2023: 371.939
1º semestre 2024: 354.207 (-5%)
Carne suína
1º semestre 2023: 13.258
1º semestre 2024: 10.121 (-24%)
Cereais
1º semestre 2023: 2.926.326
1º semestre 2023: 2.440.385 (-17%)
1º semestre 2023: 1.656.174
1º semestre 2024: 1.623.840 (-2%)
Óleo de soja
1º semestre 2023: 299.411
1º semestre 2024: 144.385 (-52%)
Carnes
1º semestre 2023: 587.429
1º semestre 2024: 553.435 (-6%)
Carne bovina
1º semestre 2023: 32.203
1º semestre 2024: 30.051 (-7%)
Carne de frango
1º semestre 2023: 371.939
1º semestre 2024: 354.207 (-5%)
Carne suína
1º semestre 2023: 13.258
1º semestre 2024: 10.121 (-24%)
Cereais
1º semestre 2023: 2.926.326
1º semestre 2023: 2.440.385 (-17%)
Arroz
1º semestre 2023: 664.626
1º semestre 2024: 400.219 (-40%)
1º semestre 2023: 664.626
1º semestre 2024: 400.219 (-40%)
Milho
1º semestre 2023: 433.802
1º semestre 2024: 77.347 (-82%)
1º semestre 2023: 433.802
1º semestre 2024: 77.347 (-82%)
Trigo
1º semestre 2023: 1.816.593
1º semestre 2024: 1.961.408 (+8%)
Fumo e seus produtos
1º semestre 2023: 198.199
1º semestre 2024: 181.130 (-9%)
1º semestre 2023: 1.816.593
1º semestre 2024: 1.961.408 (+8%)
Fumo e seus produtos
1º semestre 2023: 198.199
1º semestre 2024: 181.130 (-9%)
Lácteos
1º semestre 2023: 2.573
1º semestre 2024: 4.996 (+94%)
1º semestre 2023: 2.573
1º semestre 2024: 4.996 (+94%)
Produtos florestais
1º semestre 2023: 2.264.901
1º semestre 2024: 2.036.185 (-10%)
1º semestre 2023: 2.264.901
1º semestre 2024: 2.036.185 (-10%)
Total geral
1º semestre 2023: 10.264.092
1º semestre 2024: 10.058.984 (-2%)
1º semestre 2023: 10.264.092
1º semestre 2024: 10.058.984 (-2%)
Fonte: Comex Stat e Farsul Big Data