Trabalhadores da Secretaria da Agricultura, funcionários e terceirizados de permissionários do Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio, trabalham, espalhados pelo complexo, para reconstituir as áreas afetadas pelas enchentes de maio. Basta um passeio pelo local para perceber a extensão dos alagamentos e o tamanho da mobilização que será necessária para fazer a Expointer abrir os portões no dia 24 de agosto. A data ainda não está confirmada, e os organizadores seguem dialogando para bater o martelo.
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Uma montanha de entulho acumulado durante a limpeza é sistematicamente removida, mas ainda há muito a fazer. E, para isso, o cenário é de obras por todo lado. O local foi fechado no dia 30 de abril, quando o impacto das águas chegou pelos fundos do parque e com velocidade, relatam trabalhadores que agora retomam a manutenção. E, de ponta a ponta, inundou todas as áreas baixas do local.
Caminhões retiram os entulhos após a água baixar no Parque Assis Brasil
EVANDRO OLIVEIRA/JC
Nos espaços dos pavilhões da Agricultura Familiar, Internacional, do gado leiteiro e de corte, dos ovinos e equinos, as marcas nas paredes apontam a altura que a água atingiu, variando entre 80 centímetros e 1,5 metro, aproximadamente. Madeiras úmidas nos bretes e baias e os vidros sujos e engordurados nas construções de permissionários também são sinais da catástrofe. E até pelo chão os danos podem ser constatados. Equipes trabalham na revisão das tubulações hídricas pelos corredores de circulação de veículos e pedestres.
Lava-jatos por compressão limpam paredes, janelas e o chão de lojas, restaurantes e passeios. Colchões e outros objetos são espalhados ao sol, na esperança de serem salvos, mas muitos não poderão ser reaproveitados.
Quem também corre contra o tempo é a Associação Brasileira de Criadores de Cavalos crioulos (ABCCC). Trabalhadores estão trabalhando na retirada do lixo, lavagem e desinfecção de todas as cocheiras para, posteriormente, receberem camas novas para os animais, diz o presidente, César Hax.
Na Casa do Sindilat, será preciso refazer a pintura interna e externa, além de recuperar refrigeradores. Os danos foram poucos, porque boa parte dos materiais já costuma der armazenada em espaços mais altos. E todo o sistema elétrico foi refeito no ano passado, igualmente acima do nível que a água alcançou.
"Estamos trabalhando na higienização. Mas dá uma tristeza e um desânimo imaginar que a Expointer poderá estar acontecendo em um espaço cujo entorno foi muito prejudicado. Há famílias que vivem próximas ao parque e que sofreram drasticamente", lamenta o secretário executivo da entidade, Darlan Palharini.
As áreas baixas do parque ficaram inundadas e agora que a água baixou ainda há muito lixo
EVANDRO OLIVEIRA/JC
No outro lado da rua, as associações de criadores também foram atingidas. Um deles foi a sede e o restaurante da Associação Brasileira de Limousin. A entidade está no parque desde 1994, sempre aos cuidados do ecônomo do restaurante, Beto Barcellos. Em 2023, ele reformou o local, se antecipando para as comemorações dos 30 anos no local.
"A água entrou um metro no restaurante e na sede. Pela força, virou freezer, botijões de gás, danificou buffets e balcões. Na sede da raça, tapetes e sofás, por exemplo, também estragaram. Nesta quarta-feira (12) vamos começar a limpeza, tem uma lâmina de barro sobre o piso", lamenta o comerciante.
Ele estima prejuízo de pelo menos R$ 70 mil somente com equipamentos do restaurante, mas sabe que o gasto será maior.
Apesar dos estragos e do ambiente triste, a associação da raça apoia a realização da Expointer, admitindo adiamento para a última semana de setembro e primeira de outubro, diz o ex-presidente e hoje diretor Edegar Lima.
A água destruiu o calçamento no Parque de Exposições
EVANDRO OLIVEIRA/JC