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Publicada em 05 de Junho de 2024 às 18:32

Chuvas devem provocar quebra de 2,7 milhões de toneladas de soja no RS

Pelo menos 206 mil propriedades rurais gaúchas foram afetadas pelas chuvas extremas entre abril e maio

Pelo menos 206 mil propriedades rurais gaúchas foram afetadas pelas chuvas extremas entre abril e maio

FARSUL/DIVULGAÇÃO/JC
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Agências
Cerca de 2,7 milhões de toneladas de soja foram perdidas em função das chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul desde o final de abril e ao longo do mês de maio. Com uma área semeada de 6,6 milhões de hectares, a cultura foi a mais afetada pela catástrofe climática, e o recorde de produção de 22,2 milhões de toneladas deverá sofrer um corte de 12,3%, ficando em 19,5 milhões.
Cerca de 2,7 milhões de toneladas de soja foram perdidas em função das chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul desde o final de abril e ao longo do mês de maio. Com uma área semeada de 6,6 milhões de hectares, a cultura foi a mais afetada pela catástrofe climática, e o recorde de produção de 22,2 milhões de toneladas deverá sofrer um corte de 12,3%, ficando em 19,5 milhões.
Os números constam do Relatório de Perdas, elaborado pela Emater-RS/Ascar e divulgado pelas secretarias estaduais da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) e de Desenvolvimento Rural (SDR). O levantamento também apontou que cerca de 206 mil propriedades rurais gaúchas foram afetadas pelas chuvas extremas.

Leia mais: Prejuízo em áreas alagadas já chega a R$ 3 bilhões, aponta Farsul

Foram atingidas 9.158 localidades e, atualmente, 78 dos 497 municípios gaúchos estão em estado de calamidade pública, a maioria no Vale do Taquari e na Região Metropolitana de Porto Alegre. Outros 340 estão em situação de emergência.
Na produção de grãos, as perdas se referem às áreas que não puderam ser colhidas, ou às que foram colhidas e tiveram baixo rendimento, incluindo soja, milho e feijão. As perdas nas culturas de inverno foram pontuais e correspondem a áreas recém-semeadas, que deverão ser replantadas. Conforme o levantamento, 48,6 mil produtores de grãos foram prejudicados, grande parte de milho e soja.
"Ações emergenciais já foram tomadas para tentar minimizar os efeitos nas áreas rurais, como a flexibilização de normativas, mas os demais projetos devem ser construídos junto com os setores e entidades, para ajudar na reconstrução dessa área produtiva que é tão importante não só para a economia gaúcha mas também brasileira", frisou o titular da Seapi, Giovani Feltes.
No meio rural, 19.190 famílias tiveram perdas relativas às estruturas das propriedades, como casas, galpões, armazéns, silos, estufas e aviários. Em relação à agroindústria, dados preliminares apontam prejuízos para cerca de 200 empreendimentos familiares.
A produção pecuária gaúcha também foi severamente impactada, exigindo longo período para recuperação para pelo menos 3,7 mil criadores de aves, bovinos de corte e de leite, suínos, peixes e abelhas. Além disso, uma vasta extensão de pastagens foi prejudicada, tanto em campo nativo quanto em áreas de cultivo de plantas forrageiras de inverno. Por isso, o relatório prevê um impacto direto na produção de leite e de carne nos próximos meses.
A produção de frutas e hortaliças, especialmente nas regiões do Vale do Taquari, da Serra e próximas à Grande Porto Alegre também foi impactada. O período do evento climático extremo coincidiu com a fase final de frutificação de importantes variedades de citros, em especial a bergamota, que já estava em colheita.
Em muitos pomares, o solo ficou alagado, não somente em razão da inundação, mas por vários dias com precipitações volumosas. Os citros, na região dos Vales, e a banana, nas encostas da Serra do Mar, foram as culturas mais prejudicadas, com impacto para 8.381 propriedades.
"Essa é a maior tragédia da história do nosso Estado, e atinge proporcionalmente a agricultura, que é nosso maior setor produtivo. A partir desse levantamento de perdas, vamos conseguir agir com ainda mais precisão e celeridade na estruturação de ações e políticas públicas para auxílio aos agricultores familiares e recomposição de nossas áreas produtivas", afirmou o titular da SDR, Ronaldo Santini. 

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