A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) lançou nesta quarta-feira (29) o edital para leilão de importação de 300 mil toneladas de arroz. A estatal foi autorizada pelo governo federal a adquirir até 1 milhão de toneladas para assegurar a recomposição do volume que pode ter sido perdido com as cheias no rio Grande do Sul. O pregão deverá ocorrer no dia 6 de junho, às 9h.
O movimento, disse o presidente da estatal, Edegar Pretto, é pontual. E pode não chegar ao volume total, caso os preços no mercado brasileiro se acomodem em patamares mais baixos. Para o total da operação, foram alocados R$ 7,2 bilhões, recurso que os arrozeiros apontam teria sido melhor empregado na reconstrução de propriedades rurais, já que asseguram não haver risco de desabastecimento.
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“Nossa preocupação foi com o olhar geral, com a garantia de estoque e com a oferta de alimentos para a população. Faremos agora apenas a compra de 300 mil toneladas, não queremos competir com o produtor nacional. Apenas equilibrar o mercado e assegurar preço ao consumidor final”, disse Pretto.
A Conab afirma ter recebido muitos contatos de embaixadores e adidos de diversos países, inclusive fora do Mercosul. Pretto explicou que o cancelamento do leilão anterior ocorreu porque houve aumento de 30% nos preços ofertados pelos países interessados na comercialização.
“De repente, as 100 mil toneladas se tornariam apenas 70 mil. Então decidimos retirar a Tarifa Externa Comum (TEC), que vale para o Mercosul, abrindo para outros mercados. Agora, se essa compra de 300 mil toneladas for suficiente para estabilizar preços no Brasil, vamos avaliar a necessidade de novas importações, o que pode não acontecer”.
O presidente da estatal explicou que o produto importado deverá estar devidamente identificado, porque não poderá ser vendido acima do preço de R$ 20,00 o saco de 5 quilos. E que a qualidade e a sanidade também estarão asseguradas.
Conforme o edital, o arroz importado deverá chegar ao Brasil até 90 dias após a operação, a partir de uma empresa credenciada junto ao governo federal. E depois, conforme as demandas identificadas, seguir para os pontos de venda em todo o Brasil. Já está assegurada a remessa de 33 mil toneladas para a Região Norte do País.