O Sistema CNA/Senar vai promover uma ampla ação para reconstruir e recuperar a agropecuária no Rio Grande do Sul, afetada pela tragédia das enchentes, e para que os produtores rurais voltem a produzir alimentos. A iniciativa, denominada SuperAção Rio Grande do Sul, vai mobilizar as Federações de Agricultura e Pecuária nos Estados, contará com recursos financeiros de R$ 100 milhões e incluirá profissionais do Senar de outras regiões do País.
Será uma força-tarefa com cerca de 300 técnicos, inicialmente dos Estados de Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais, que atuarão em conjunto com os gaúchos, que têm o conhecimento da realidade local. Conforme o diretor-geral do Senar, Daniel Carrara, a ideia é construir um plano de recuperação nas propriedades.
Leia mais: Enxurrada afeta qualidade dos solos agrícolas para as próximas safras
“Há quem perdeu animais, estábulo, suinocultura e até casa. Vamos desenvolver o plano junto com o produtor. Algumas propriedades não têm mais solos, outras têm até um metro de lama na superfície. Teremos de avaliar o que fazer nesses lugares. Algumas propriedades terão de mudar completamente de atividade, talvez de local”.
Carrara explicou que a ideia é dar velocidade a essa recuperação, fazendo “o que for necessário”. Isso inclui reconstruir casas, redes de energia, recuperar máquinas, dar condição para que o produtor volte a produzir.
O presidente da Confederação Nacional de Agricultura e Pecuária (CNA), João Martins, afirmou que o setor não poderia ficar omisso enquanto produtores do gaúchos enfrentam uma catástrofe de tamanha dimensão.
“O sistema entendeu que tinha de ajudar diretamente o produtor. Vamos alocar esses recursos e deslocar técnicos de outros Estados para complementar o trabalho dos profissionais do Rio Grande do Sul. Mas é tão grande (essa tarefa), que eles não são suficientes, no prazo desejado, para fazer o que é necessário”, afirmou o líder ruralista.
O presidente da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Gedeão Silveira Pereira avaliou que o valor disponibilizado é “magnífico” e que, gerido pelo Senar-RS, irá chegar efetivamente a quem está mais necessitado.
‘Vamos sair a campo para avaliar. Os técnicos farão um levantamento de médio-longo prazo para entender como socorrer da melhor forma os produtores mais necessitados para voltarem à atividade”, disse o dirigente.