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Publicada em 10 de Maio de 2024 às 19:07

Parlamento e entidades levarão pauta unificada ao ministro da Agricultura

Fetag pede crédito para agricultores usarem no que for necessário, após devastação no Estado

Fetag pede crédito para agricultores usarem no que for necessário, após devastação no Estado

AFP/JC
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Claudio Medaglia
Claudio Medaglia
Uma pauta unificada para atender demandas emergenciais de agricultores e da agroindústria deverá ser apresentada ao ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, na próxima semana, em encontro que deverá ocorrer no Rio Grande do Sul. O tema foi alinhado em reunião virtual proposta pelos deputados Elton Weber (PSB), presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária Gaúcha; e Luciano Silveira (MDB), presidente da Comissão da Agricultura da Assembleia Legislativa; da qual participaram representantes de 10 entidades de agricultores e setor agroindustrial. O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Adolfo Brito (PP), participou da reunião, ocorrida nesta sexta (10).
Uma pauta unificada para atender demandas emergenciais de agricultores e da agroindústria deverá ser apresentada ao ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, na próxima semana, em encontro que deverá ocorrer no Rio Grande do Sul. O tema foi alinhado em reunião virtual proposta pelos deputados Elton Weber (PSB), presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária Gaúcha; e Luciano Silveira (MDB), presidente da Comissão da Agricultura da Assembleia Legislativa; da qual participaram representantes de 10 entidades de agricultores e setor agroindustrial. O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Adolfo Brito (PP), participou da reunião, ocorrida nesta sexta (10).
O documento consolidado deverá ser concluído na segunda-feira, com as principais necessidades do segmento neste primeiro momento, diante da crise instalada a partir das enchentes que atingiram mais de 400 municípios do Estado. O texto está sendo formulado pela Comissão de Agricultura da Assembleia, com base nos pleitos de cada entidade. A prorrogação de dívidas e a criação de crédito especial subsidiado para agricultores e setor agroindustrial estão no topo das propriedades.

Leia mais: Chuvas no RS já causam R$ 423 milhões em prejuízos na agricultura

 
"A pauta que os governos levarem adiante tem que conter as necessidades que as entidades pontuaram, pois estes segmentos alavancam a economia dos municípios, do Estado, garantindo a alimentação da população" resumiu Weber.
Já o deputado Silveira pontuou: “Só quem pode reconstruir a nossa economia é a agropecuária, que representa 40% da economia do Rio Grande do Sul. Temos que discutir não apenas a parte econômica, mas também a parte social. E precisamos sensibilizar principalmente o governo federal, nesse sentido”.
O diretor executivo do Fundo de Defesa e Desenvolvimento Sanitário Animal (Fundesa-RS) e do Sindicato da Indústria de Produtos Suínos no Estado do Rio Grande do Sul (Sips), Rogério Kerber, explicou que as agroindústrias não têm mais força, após três safras de dificuldades pela estiagem e agora pelas chuvas.
“É preciso encontrar uma fórmula para socorrer produtores e indústrias. Não há como reinvestir ou pagar dívidas contraídas para investimentos. Máquinas, equipamentos e estoques foram perdidos. Toda a cadeia consumidora também foi afetada. E não terá dinheiro para comprar. E as indústrias terão dificuldade para pagar empréstimos contraídos. O efeito é em escala”.
Segundo ele, é preciso alongamento do prazo de pagamento das dívidas dos produtores rurais e, talvez, até mesmo o perdão. Famílias de pequenos produtores dos vales do Taquari, do rio Pardo, do Caí e do Sinos, além da Serra, regiões altamente produtoras, perderam até mesmo a condição de solo para agricultura. As indústrias também tiveram instalações inviabilizadas.
“E não é a primeira vez. Mas temos de ser resilientes, mostrar força e encontrar alternativas. Precisamos recursos e também a remoção de algumas travas limitadoras para a contratação de financiamentos, por exemplo”, disse Kerber.

Para o presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Estado do Rio Grande do Sul (Fetag-RS), Carlos Joel da Silva, é preciso promover a securitização das dívidas das famílias com três anos de carência e 12 para pagamento
“É preciso criar linha de crédito para reconstrução, por meio do Pronaf e Pronamp. Já houve o anúncio, mas é insuficiente. Precisamos de financiamento sem juros e rebate de 30%, para o agricultor usar no que precisar na propriedade. Os governos estadual e federal estão sendo rápidos. Mas a implementação tem de ser também”, concluiu.

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