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Publicada em 19 de Abril de 2024 às 16:25

Evento na CNA exalta histórica parceria comercial entre Brasil e China

China seguirá precisando do Brasil para sustentar segurança alimentar, diz Gedeão Pereira

China seguirá precisando do Brasil para sustentar segurança alimentar, diz Gedeão Pereira

WENDERSON ARAUJO/TRILUX/DIVULGAÇÃO/JC
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Claudio Medaglia
Claudio Medaglia
Uma missão empresarial brasileira deverá ir à China em junho, quando novas perspectivas de negócios entre os dois países deverão ser entabuladas. A viagem foi alinhavada nesta semana, na sede da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA), em Brasília, durante a Conferência Internacional 50 anos de relação Brasil-China: cooperação para um mundo sustentável.
Uma missão empresarial brasileira deverá ir à China em junho, quando novas perspectivas de negócios entre os dois países deverão ser entabuladas. A viagem foi alinhavada nesta semana, na sede da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA), em Brasília, durante a Conferência Internacional 50 anos de relação Brasil-China: cooperação para um mundo sustentável.
O evento, promovido pelo Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri), teve como meta discutir o futuro das relações entre os dois países, segurança alimentar, economia de baixo carbono, inovação, transições energética e ecológica, combate às desigualdades e reforma da governança global. Ao Jornal do Comércio, o vice-presidente de Relações Internacionais da CNA e presidente da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul, Gedeão Pereira, um dos conferencistas do encontro realizado na quarta-feira (17), disse que um dos segredos para o sucesso dessa parceria é o pragmatismo que deixa de lado questões ideológicas e se concentra no interesse comercial. Conforme o dirigente, o Brasil é um dos poucos países do mundo que é superavitário na relação com a China.

Leia mais: Frigoríficos gaúchos ganham autorização para exportar carne à China

“O agronegócio cresceu muito a partir de 1997, quando ingressou firme no mercado internacional, ao ponto de, hoje, sermos o maior exportador líquido de alimentos. E a China tem participação preponderante nessa performance. Para deslanchar no processo de industrialização, parte da segurança alimentar que eles sustentam tem a ver com o que importam do Brasil. Criamos uma interdependência muito grande. O Brasil se transformou em uma potência agrícola, energética e agroecológica, e a China é corresponsável por esse crescimento”.
O gaúcho aposta na ampliação do comércio bilateral. Enquanto os chineses entram forte em diferentes segmentos, como o de automóveis, com a BYD e a GWM, por exemplo, a participação do agronegócio brasileiro do outro lado do mundo tende a crescer também. “A China continuará precisando de nós. Embora estejam investindo na verticalização da produção de proteína animal, com frangos e suínos, eles seguirão precisando de soja e milho, uma vez que não podem aumentar a área de semeadura dessas culturas. Comércio, relacionamento e diálogo cria confiança mútua”, observa.
Durante o evento, que contou com a participação do presidente da República em exercício, Geraldo Alckmin, a senadora e ex-ministra da Agricultura Tereza Cristina destacou a relação ‘ganha-ganha’ entre os países e falou sobre as oportunidades de comércio para os produtos agropecuários brasileiros na Ásia. “A relação é boa para os dois lados. A China, como maior importador de alimentos, precisa de fornecedores confiáveis que possam atender a demanda em quantidades necessárias e bases sustentáveis. O Brasil faz isso com maestria. Nós somos um dos países com maior potencial de expansão da produção agrícola de base sustentável”.
Para o embaixador da República Popular da China no Brasil, Zhu Qingqiao, as duas nações, como grandes países em desenvolvimento e importantes mercados emergentes, vêm "fortalecendo as relações, que transcendem o âmbito bilateral e se destacam por sua influência estratégica”.
De acordo com o secretário de Ásia e Pacífico do Ministério de Relações Exteriores, embaixador Eduardo Saboia, ao longo dos últimos 50 anos os governos brasileiro e chinês têm trabalhado para ampliar as convergências, tendo como fundamento interesses e visões de mundo comuns. “É importante olharmos para o futuro, e a direção apontada é a neoindustrialização, transição energética, ciência e tecnologia, inovação e parceria para a reforma da governança global”.
A missão que embarca em junho deverá contar com a participação do líder ruralista gaúcho e da diretora de Relações Internacionais da CNA, Sueme Mori, que foi uma das painelistas na Conferência realizada em Brasília, quando debateu o tema “Agronegócio, inovação e transição ecológica”.

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