De Rio Pardo
O calor intenso e a programação diversificada levaram uma multidão ao Parque de Exposições da Expoagro Afubra nesta quarta-feira, no segundo dia da mostra com foco na agricultura familiar. Com os estacionamentos lotados desde as primeiras horas da manhã e todas as áreas de sombra disputadas, muita gente foi buscar abrigo no Pavilhão da Agroindústria Familiar, onde as vendas estão em alta.
Neste ano, dos 535 expositores presentes na feira, 216 estão no espaço destinado às agroindústrias, oriundos de 110 municípios. E 40 deles estão na mostra pela primeira vez. São pães, cucas, doces, biscoitos, geleias, condimentos, sucos, queijos, embutidos, flores, artesanato e outros produtos que disputam a atenção do público.
E o resultado vem deixando satisfeitos os organizadores do local. Conforme a Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag-RS), na terça-feira, o faturamento com a comercialização foi 24% superior ao verificado no primeiro dia do evento no ano passado.
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Por isso, embora o foco principal seja a apresentação dos produtos ao consumidor e a construção de relacionamentos para negócios futuros, a expectativa é de que esta edição supere os R$ 1,7 milhão comercializados no Pavilhão em 2023.
“Estamos trabalhando para fazer uma feira melhor a cada edição. Os espaços são ótimos para o expositor. No ano passado, houve muito problema para a concretização de vendas porque não havia internet para pagamento com cartão de crédito ou débito. Agora conseguimos solucionar, para as máquinas mais atualizadas. Mas o uso do pix, por exemplo, ainda não é possível, porque não há sinal das operadoras de telefonia móvel”, explica o assessor de Política Agrícola da entidade, Jocimar Rabaioli.
A comunicação é mesmo um problema no parque. Celulares e aplicativos não funcionam. Com muitas excursões, inclusive escolares, a rádio-poste trabalha, e muito, com avisos, alertas e orientações aos visitantes.
Nos corredores do Pavilhão, a degustação de produtos era grande. E quem precisou se virar para atender à demanda foi Gabriel da Costa Dias, que levou à mostra a Jeropiga Tradição da Ilha, um vinho licoroso de origem portuguesa produzido com exclusividade pela família desde 1912 na Ilha dos Marinheiros, em Rio Grande, no Sul do Estado.
A bebida, reconhecida como patrimônio cultural do município, literalmente caiu no gosto dos visitantes da Expoagro. Enquanto Dias interrompia o atendimento para explicar o produto ao Jornal do Comércio, o número de clientes potenciais ia crescendo no estande, torcendo pela oportunidade de conferir o sabor e, quem sabe, levar para casa.
O diferencial, contou o expositor, é a forma de produção, a partir do mosto da uva, sem fermentação. Mas não esconde o teor alcoólico no organismo de quem prova. Por isso, apesar da insistência do vendedor, a reportagem preferiu não arriscar.
“A Jeropiga é uma ótima opção como aperitivo ou mesmo com sobremesa, após as refeições, produzida com uvas de diferentes variedades, como Bordô e Niágara. Mas também produzimos vinhos e sucos”.
Na Ilha dos Marinheiros, em Rio Grande, a família produz 15 mil litros anuais da bebida registrada há quatro anos pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi). “Essa é a segunda vez que venho à mostra. Projetei vender cerca de 350 garrafas, mas acredito que será até um pouco mais”, comemorava Dias.