A área dedicada ao cultivo de arroz na safra 2023/2024 cresceu 7,1% em relação ao período anterior, chegando a 900,2 mil hectares plantados. O número foi apresentado nesta quarta-feira, em coletiva de imprensa do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) durante a programação da 34ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz e Grãos em Terras Baixas, na Estação Experimental da Embrapa Clima Temperado, em Capão do Leão.
A área dedicada ao cultivo de arroz na safra 2023/2024 cresceu 7,1% em relação ao período anterior, chegando a 900,2 mil hectares plantados. O número foi apresentado nesta quarta-feira, em coletiva de imprensa do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) durante a programação da 34ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz e Grãos em Terras Baixas, na Estação Experimental da Embrapa Clima Temperado, em Capão do Leão.
O aumento da semeadura é resultado do bom momento da cultura no mercado, com oferta ajustada, que sustenta um patamar de preços que remuneram o produtor. Mas a tendência para os próximos anos é de manutenção em torno desses parâmetros, justamente para assegurar valorização ao produto. A Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz) vem insistindo na ideia de que a área ideal destinada ao grão não ultrapasse os 900 mil hectares. Pelo menos enquanto não forem abertas e consolidadas novas frentes de mercado para exportação.
O entusiasmo com o arroz também se traduz na diminuição de 16,5% na área de soja plantada em terras baixas, onde a oleaginosa vinha ocupando espaço do cereal. Foram 422,2 mil hectares cultivados, contra 505,9 mil hectares em 2022/2023. A desvalorização da commotidy nos últimos meses pesou na hora de definir o plantio.
Se forem mantidas as condições projetadas no início do período de semeadura, o Rio Grande do Sul pode obter uma colheita em torno de 7,5 milhões de toneladas de arroz, com produtividade média de 8,3 mil quilos por hectare, de acordo com o analista da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Sérgio dos Santos Júnior. Resta saber o impacto das chuvas excessivas ocorridas antes da semeadura, que atrasaram a entrada das plantadeiras nas lavouras.
“Após três anos de estiagem, tivemos uma safra com excesso de água na época de semeadura. Falar de estimativas se produção e produtividade é bastante precoce. Temos apenas 0,8% de área colhida. E ainda dependemos das condições climáticas, principalmente para as áreas que foram semeadas no tarde”, diz a diretora técnica do Irga, Flávia Tomita.
Ela também destacou o ajuste moderado na área plantada. “Isso demonstra que o setor orizicola atingiu um ponto de equilíbrio, abastecendo o mercado interno, sem prejudicar a exportações”.
Participaram da coletiva, ainda, o presidente do Irga, Rodrigo Machado; o diretor administrativo, Claudio Cava; a consultora do instituto e meteorologista Jossana Cera; e o conselheiro Fernando Rechsteiner. Também, o presidente da Federarroz, Alexandre Velho; o ex-presidente da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Arroz, do Ministério da Agricultura e Pecuária, Daire Coutinho; e o primeiro diretor administrativo da Farsul, Francisco Schardong. Acompanharam, ainda, o gerente da extensão rural, Luiz Fernando Siqueira, e os coordenadores regionais da autarquia.
Nesse primeiro dia do evento no parque da Embrapa, também ocorreu a reunião da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Arroz, que tem agora no comando o ex-presidente da Federarroz, Henrique Dornelles. “Imagino que hoje o setor está praticamente pacificado pelo equilíbrio entre oferta e demanda. O protagonista disso é o produtor rural, que soube dosar”, afirmou.
Dornelles avaliou o cenário da cultura e se disse inquieto com relação aos custos futuros de produção. “Não dos insumos em si, mas dos aumentos e possíveis variações em relação à tributação do produto. Nós teremos um desafio em talvez propor algumas interferências com o objetivo de garantir um alimento com preços adequados à população”.