A indústria de máquinas agrícolas faturou RS$ 77,7 bilhões em receitas totais em 2023. Na comparação com o ano anterior, a queda chegou a 21,5%. Os números foram apresentados em coletiva de imprensa online realizada nesta quarta-feira (31/1) pela Associação da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).
“Já vínhamos verificando uma acomodação dos negócios do setor agrícola desde janeiro de 2023. Mas a performance piorou muito a partir de outubro, principalmente nos meses de novembro e dezembro, por causa da seca no Centro-Oeste e na região do Matopiba. Aliado à queda nos preços das commodities, o resultado foi esse”, observou Pedro Estevão, presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas da entidade.
Leia mais: Cultivo de soja e máquinas agrícolas têm protagonismo na Região Norte do RS
As quedas acentuadas nas vendas totais de colheitadeiras (17,5%) e de tratores (13,1%) traduzem o resultado. Foram negociadas para o mercado interno 1.638 colheitadeiras a menos do que as 8.816 máquinas comercializadas em 2022 (-18,6%). As exportações também caíram 5%, de 757 unidades no ano anterior para 719 em 2023. Nos tratores, foram 53.840 unidades vendidas em solo brasileiro, 12,9% menos que em 2022. E exportadas 7.251 unidades, volume 14,1% inferior ao ano anterior. O setor de máquinas agrícolas, aliás, faturou US$ 1,7 bilhão com exportações, 0,1% menos que no ano anterior.
O desempenho foi na esteira da performance geral do setor de máquinas e equipamentos, que obteve R$ 285,9 bilhões, 11% abaixo de 2022, superando inclusive as expectativas da Abimaq, que precisou rever as projeções ao longo do período. As vendas já haviam caído em 2022 em relação ao ano anterior, e a perspectiva era mesmo de redução, mas o tamanho do corte se mostrou maior, disse a diretora divisional de Economia, Estatística e Competitividade da entidade, Cristina Zanella.
O desempenho foi na esteira da performance geral do setor de máquinas e equipamentos, que obteve R$ 285,9 bilhões, 11% abaixo de 2022, superando inclusive as expectativas da Abimaq, que precisou rever as projeções ao longo do período. As vendas já haviam caído em 2022 em relação ao ano anterior, e a perspectiva era mesmo de redução, mas o tamanho do corte se mostrou maior, disse a diretora divisional de Economia, Estatística e Competitividade da entidade, Cristina Zanella.
Nem mesmo o maior desempenho da história em exportações, com US$ 13,9 bilhões negociados – em 2012 o Brasil faturou US$ 12,1 bilhões com embarques – conseguiu compensar a performance ruim, em vendas. Na comparação com 2022, as exportações cresceram 23,9% em máquinas para logística e construção civil, 12,3% para indústria de transformação, 58,3% para infraestrutura e indústria de base e 51,9% em máquinas para produção de petróleo e energias renováveis. Componentes para a produção de bens de capital tiveram redução de 1,7%, nos embarques para o exterior, enquanto máquinas para a produção de bens de consumo e para agricultura caíram 5,7% e 1,8%, respectivamente.
Durante a coletiva, Cristina Zanella revelou que pesquisa realizada junto a indústrias fabricantes de máquinas e equipamentos mostrou que a intenção de investimento anunciada no final de 2022 não se concretizou em 2023. Dos R$ 12,1 bilhões projetados, 90,6% foram de efetivados, o equivalente a cerca de R$ 11 bilhões, ou 3,8% das receitas líquidas de vendas.
Impactaram negativamente nos investimentos do setor, as elevadas taxas de juros praticadas no mercado e a redução das atividades produtivas em diversos setores da economia que inibiram investimentos em máquinas e equipamentos. Para 2024, segunda consulta realizada no início deste ano, o setor deverá investir R$ 10,5 bilhões, 4,5% abaixo do valor realizado em 2023.
Os aportes deverão ter como destino as áreas de modernização tecnológica (38,8%), ampliação da capacidade industrial (30,3%), reposição de máquinas depreciadas (21,7%) e outros (9,2%). E, a partir da base fraca de performance em 2023, a Abimaq projeta um crescimento de 3,5% no faturamento ao final deste ano.