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Publicada em 11 de Janeiro de 2024 às 18:16

Entidades gaúchas do setor do arroz defendem mudanças em linhas de crédito e seguro agrícola

Evolução de semeadura deve resultar em cerca de 903,6mil hectares de área plantada no RS

Evolução de semeadura deve resultar em cerca de 903,6mil hectares de área plantada no RS

Cleiton Ramão/Irga/Divulgação/JC
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Thiago Müller
Thiago Müller
Os representantes da cadeia produtiva de arroz se reuniram com o novo secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), Neri Geller, em Porto Alegre, na última quarta-feira (10), para debater o cenário da produção da safra 2023/2024. Entre os temas abordados estiveram a área de produção prevista, a reformulação do Selo Ambiental do Instituto Rio Grandense de Arroz (Irga), a possível reoneração do produto e a necessidade de mudanças nas linhas de crédito e seguro ao produtor.
Os representantes da cadeia produtiva de arroz se reuniram com o novo secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), Neri Geller, em Porto Alegre, na última quarta-feira (10), para debater o cenário da produção da safra 2023/2024. Entre os temas abordados estiveram a área de produção prevista, a reformulação do Selo Ambiental do Instituto Rio Grandense de Arroz (Irga), a possível reoneração do produto e a necessidade de mudanças nas linhas de crédito e seguro ao produtor.
No encontro, foi alinhada uma possível atualização do Selo Ambiental do Irga, que ainda está na etapa de levantamento documental. A ideia é que o órgão adeque o selo às diretrizes federais do Plano Safra, para "chancelar o Irga como entidade certificadora", explica o presidente do órgão, Rodrigo Warlet.
Assim, será possível conferir o desconto a produtores que estejam em conformidade com plantio sustentável nos moldes do governo federal. A necessidade dessa modernização vem, principalmente, do fato da certificação ter surgido antes do Plano Safra.  “Nós temos o Selo há muito tempo, mas no primeiro semestre do ano passado eu solicitei à parte técnica, criei um grupo de trabalho e emiti uma portaria, visando que até o próximo Plano Safra, essa modificação esteja completa", comenta Warlet.
Também presente na reunião, o presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), Alexandre Velho, explica que foi colocada a Geller a necessidade de modificações no seguro agrícola. “Ele, inclusive, cobrou do governo estadual uma participação do seguro agrícola. Vai se construir um novo modelo aí, que tenha na verdade três lados: o lado do governo federal, o do governo estadual, e o dos produtores, que ficariam com uma parte do seguro", relata.
Uma das principais preocupações levadas pelos dirigentes ao secretário estadual da agricultura, Giovani Feltes, foi a retirada dos benefícios fiscais do arroz, relata Alexandre Velho, referindo-se à isenção proposta pelo governo gaúcho, que pode acarretar a elevação da alíquota do produto de 7% a 12%. “Foi feito um alerta ao secretário da Agricultura de que, de forma alguma, nós podemos alterar e onerar esse imposto", disse. Segundo ele, se a medida for mantida, acabará por minar a competitividade da indústria gaúcha do grão.

Projeção para colheita

O presidente do IRGA, Rodrigo Warlet explica que é muito cedo para definir uma previsão de produção da cadeia do arroz, mas o órgão, baseado nos dados de intenção de plantio do produtor (de 902,4 hectares), junto a estudos de avanço do plantio, evolução de semeadura e confirmações de área para a safra 2023/2024, deve resultar em uma área plantada de cerca de 903,6mil hectares.
Ainda sim, ele explica que em torno de 76% a 75% da área total ainda está em estágio vegetativo, necessitando o avanço do ciclo para ter estimativas concretas.
Os dirigentes da cadeia orizícola gaúcha também destacaram a influência do El Niño na safra O ´resoidente da Federarroz, avalia que seu efeito pode ocasionar uma diminuição de 5% na produtividade, compensada pelo aumento de 7% da área para esse ano. Por outro lado, o dirigemnte do Irga é mais cético quanto aos efeitos do fenômeno na colheita. “É muito precipitado dizer que o El Niño terá efeitos na safra”, explica. Ambos reiteram, no entanto, que não há risco de desabastecimento produtivo.
A previsão da próxima safra, segundo a Federação, é de pelo menos 7 milhões de toneladas, a ser colhida a partir de final de fevereiro.

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