{{channel}}
Subsidiária da JBS encaminha aquisição de frigorífico da Languiru
Governo do Estado e empresa devem assinar protocolo de intenções para uso de créditos tributários como parte do pagamento
Por meio da Seara Alimentos, a JBS está encaminhando a compra do frigorífico de suínos da Cooperativa Languiru no município de Poço das Antas, por valores que giram entre R$ 100 milhões e R$ 120 milhões. O Jornal do Comércio apurou que, para viabilizar a operação, a empresa e o governo do Estado assinarão na terça-feira (14) um protocolo de intenções para utilização de créditos tributários como parte do pagamento.
Entre os presentes ao ato estará o ex-presidente e agora liquidante da Languiru, Paulo Birck, que confirmou a agenda ao JC. Consultada, a assessoria de comunicação da JBS não confirmou a agenda. O secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado, Ernani Polo, que encabeça o Grupo de Trabalho formado na metade do ano para tentar encontrar alternativas que viabilizem o setor de produção proteína animal, porém, assegura que o texto final para a formalização do acordo ainda está sendo formatado entre a JBS e o Piratini e que dificilmente a assinatura ocorrerá na terça-feira.
“Ainda estamos conversando para chegar à versão definitiva. Quando isso acontecer, o Estado estará representado no ato pela Sedec e pelas demais secretarias envolvidas, como da Fazenda e da Agricultura”, disse Polo.
Com a formalização do protocolo, será necessária a criação e aprovação, pela Assembleia Legislativa, de um projeto de lei autorizando o uso dos créditos pela JBS. O assunto já vem sendo tratado no Parlamento, e a ideia é acelerar os trâmites e a conclusão do negócio.
O modelo da operação deverá fazer chegar à Languiru metade do valor total em créditos, com deságio. O recurso seria utilizado para o pagamento de contas mais urgentes. O restante, a ser pago em dinheiro, deve ser destinado à reestruturação de diferentes segmentos, como leite, ovos e frangos.
A Languiru está em processo de liquidação extrajudicial desde o mês de julho, após obter na 2ª Vara Judicial de Teutônia uma cautelar garantindo a suspensão das dívidas de curto prazo. Em forte crise financeira, com um passivo superior a R$ 1,1 bilhão junto a agentes financeiros, fornecedores e associados, a empresa luta para negociar ativos e operações que comprometem o balanço financeiro – caso do segmento de suínos - e, assim, poder potencializar setores como o de aves.
No final de outubro, Paulo Birck, reuniu os associados ligados à avicultura para tratar do segmento, que é considerado o mais rentável para a cooperativa. “Precisamos do segmento de aves para fazer frente aos desafios financeiros da Languiru, mas a operação precisa ser viável. Não podemos vender ativos e continuar tendo prejuízo. O sistema de integração de frangos precisa ser repensado”, afirmou na ocasião.