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Campanha visa recuperar mercado da carne gaúcha entre consumidores do RS
Cortes bovinos oriundos das regiões Sudeste, Centro-Oeste e Norte do País são 53% do total comercializado nas gôndolas no Rio Grande do Sul
Levantamento do Núcleo de Estudos em Sistemas de Produção de Bovinos de Corte e Cadeia Produtiva (Nespro), da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), aponta que 53% da carne bovina consumida no Rio Grande do Sul é oriunda das regiões Sudeste, Centro-Oeste e Norte do País. A constatação deu origem a um movimento em resposta, que será lançado nesta quarta-feira (4) pelo Instituto Desenvolve Pecuária.
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Com o slogan “De onde a carne vem? No verso da embalagem tem!”, uma campanha para conscientização dos consumidores começará a bombardear o público pelas redes sociais, procurando alertar para a identificação da procedência dos cortes vendidos em açougues, supermercados e butiques. A campanha vai mostrar que o consumidor pode buscar, no verso da embalagem, um selo que informa o local onde o gado foi criado, ou seja, o estado de procedência do produto.
“Essa proporção na comercialização está matando a cadeia pecuária do nosso estado. Por meio uma pesquisa, identificamos que 100% do público consultado não verificava a origem da carne que adquiria. Não queremos tolher a escolha, mas levar a experiência e a comparação entre a carne gaúcha e a produzida em outros estados”, diz o presidente da entidade, Luís Felipe Barros.
Conforme o dirigente, a ideia é fazer o consumidor perceber as diferenças de sabor e qualidade entre cortes de animais criados a pasto no Rio Grande do Sul e de bovinos confinados, alimentados à base de coprodutos originados no processamento do milho para obtenção de etanol, conhecidos como DDG, cada vez mais populares nas dietas de bovinos no Brasil. ”Além conter mais ômega 3, a carne de angus e hereford é mais palatável que os cortes zebuínos. E a diferença de preço entre os dois ao consumidor não é grande. Mas nosso foco não é o cliente que compra pelo preço, mas aquele que busca qualidade no produto. Esse, ao comparar, dificilmente seguirá consumindo carne de outros estados”.
A ação do Instituto Desenvolve Pecuária também coloca em evidência outro aspecto preocupante do atual momento da pecuária gaúcha. O Rio Grande do Sul, que já teve o maior rebanho do Brasil, hoje ocupa a 8ª posição no ranking nacional - em dois anos, caiu duas posições. E é o 6º em volume de abates. “É uma situação que precisa ser revertida. E, para isso, a valorização do produto gaúcho é fundamental”, completa Barros.