Liquidação extrajudicial da Languiru será discutida em assembleia

Justiça acolhe cautelar da cooperativa e assegura 60 dias para negociações com foco na reestruturação da empresa

Por JC

Diretoria da Languiru concedeu coletiva para explicar próximos passos no esforço para reerguer a cooperativa
A liquidação extrajudicial entrou na pauta da Cooperativa Languiru, com sede em Teutônia, no Vale do Taquari. O assunto será discutido em assembleia geral extraordinária convocada para o dia 18 de julho, dentro do plano de reestruturação da empresa, que pretende seguir operando, negociar ativos e pagar credores. As informações são da assessoria da cooperativa.

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A Ordem do Dia destaca análise e discussão da atual situação econômico-financeira da Languiru; deliberação sobre o procedimento de liquidação, com a manutenção das atividades; nomeação e posse do liquidante e de novo Conselho Fiscal; determinação de realização de Assembleia Geral a cada seis meses ou sempre que necessário para apresentar relatório e balanço do estado da liquidação e prestação de contas dos atos. A pauta inclui, ainda, autorização do liquidante para prosseguir na atividade social, designar empresa de auditoria externa para apurar feitos havidos nas gestões anteriores e realizar o acompanhamento das atividades da liquidação.

“Hoje, nosso patrimônio é maior que a dívida da Languiru, por isso precisamos tomar algumas medidas de proteção a esse patrimônio para podermos superar o atual momento de dificuldade. Depois de aceito o pedido de medida cautelar com esse objetivo, o próximo passo é a Assembleia Geral Extraordinária, quando os associados poderão decidir pela liquidação extrajudicial da Languiru, o que nos permite seguir trabalhando pelo período de até dois anos com essa segurança, sem bloqueio de contas ou perda de bens”, explica o presidente Paulo Roberto Birck.
A liquidação extrajudicial não decreta a extinção da Languiru, ressalta o vice-presidente, Fábio Secchi. "Bem pelo contrário, é alternativa para continuidade das atividades. A medida também determina a realização de prestação de contas a cada seis meses e permite que o liquidante eleito pelos associados, baseado no plano de pagamento, defina a manutenção de pagamentos de associados e empregados, cumprimento de acordos com funcionários desligados, além dos credores. Sem essa proteção, por exemplo, alguns dos nossos bens dados em garantia seriam utilizados para quitar dívidas por um valor abaixo de mercado, enquanto que numa negociação justa de venda de ativo a Languiru conseguiria valores melhores”, explica.

As medidas adotadas são classificadas como estratégias de sobrevivência. “Vamos seguir com as operações que nos permitam honrar com os compromissos financeiros. Não existe solução perfeita, mas sim necessária e possível. A Languiru tem condições de seguir em frente, mas precisa desse tempo dos próximos anos para achar alternativas e oportunidades de negócio. O termo ‘liquidação’ não significa a extinção da Languiru, mas sim a manutenção das atividades, com geração de empregos, atendendo aos nossos associados e levando segurança à sociedade como um todo”, acrescenta Secchi
Justiça acolhe pedido cautelar da cooperativa
Na noite desta quarta-feira (05), a juíza da 2ª Vara Judicial da Comarca de Teutônia, Patrícia Stelmar Netto, proferiu despacho favorável à medida cautelar apresentada pela Languiru na última segunda-feira. A mesma visa a proteção do patrimônio da Cooperativa, movimento importante diante do cenário de reorganização econômica, financeira e de negócios da organização. A medida cautelar, vigente por 60 dias, oportuniza mais segurança às negociações em andamento, amplia o tempo necessário para as ações que possibilitem o revigoramento da Languiru e a manutenção de suas operações.
Em havendo a aprovação da AGE, um dos próximos passos da Languiru é a elaboração do plano de pagamentos aos credores. “A Languiru não irá parar. Seguirá operando, com total transparência na condução dos negócios. Esse período de proteção do patrimônio possibilita os pagamentos, sem bloqueio de contas ou perda de bens, na expectativa de que ao fim desse prazo inicial de até dois anos a Cooperativa, numa nova realidade, possa voltar às operações normais. A Languiru nunca entrou com pedido de recuperação judicial, apenas ajuizou cautelar de proteção do patrimônio enquanto não era convocada e realizada AGE para liquidação extrajudicial”, conclui Birck.