Febrac terá foco em inovação, segurança e quadro associativo em 2023

Sucesso na última Expointer, RS Innovation Agro já tem mais inscritos para 2023 que na primeira edição

Por Claudio Medaglia

Antonia, Wolf e Assis fizeram um balanço das ações da entidade no ano e projetaram metas para 2023
A inovação e o aporte de novas tecnologias no meio rural foram marcas da atuação da Federação Brasileira das Associações de Criadores de Animais de Raça (Febrac) ao longo deste ano e deverão continuar ganhando impulso em 2023. A meta foi traçada nesta segunda-feira (12) pela diretoria da entidade em um almoço com a imprensa para fazer um balanço dos últimos 12 meses ano e projetar o próximo período.
Sucesso absoluto durante a 45º Expointer, o RS Innovation Agro vai crescer em sua segunda edição, adiantou o presidente João Francisco Bade Wolf. A mostra, que em 2022 reuniu 66 startups no Parque de exposições Assis Brasil, em Esteio, já tem 87 empresas inscritas junto ao Sebrae-RS para participar do evento entre o final de agosto e o início de setembro do ano que vem.
“A iniciativa foi tão exitosa, que para 2023 pretendemos levar o Innovation Agro para outras feiras, de diferentes estados brasileiros. Já recebemos 18 convites para apresentar o RS Innovation Agro em feiras de Goiás, Minas Gerais, Paraná e também aqui no Rio Grande do Sul”, observou o vice-presidente, Eduardo Borges de Assis, destacando o desenvolvimento da nova plataforma febracdigital.com.br como importante ferramenta para o setor e que deverá entrar em funcionamento para a Expointer 2023.
A Febrac também se expandiu, tendo fechado o ano com 77 associações filiadas e a sinalização de que o número irá aumentar. Isso porque além das entidades de criadores de animais de raça, diversas empresas com negócios ligados ao agronegócio pleitearam acesso ao quadro e passarão a interagir com a federação.
Antes, de 21 a 23 de abril, a entidade irá promover a primeira Expochurrasco, no Vila Ventura Eco Resort, em Viamão. O evento reunirá o universo do setor, inclusive com um concurso de churrasqueiros representando as diversas raças de gado de corte. “Serão cerca de 50 estações de carne, shows musicais e empresas expositoras”, detalhou Assis.
Mas a preocupação com a questão da insegurança no campo também mobiliza a Febrac. Tanto que a entidade procurou neste ano intensificar a cooperação com os órgãos de segurança pública do Rio Grande do Sul para enfrentar o furto de gado e de fertilizantes.
A diretora administrativa e de Segurança no Campo, Antonia Scalzilli, ressaltou que a prática de abigeato é muito mais que o prejuízo do produtor e precisa ser enfrentada de forma integrada pelo Poder Judiciário, pelo Ministério Público e também pela área da Saúde. “É uma questão sanitária e de saúde pública que precisa ser vista com a importância que merece. Por isso, temos atuado muito junto no sentido de fortalecer as Delegacias de Polícia Especializadas na Repressão aos Crimes Rurais e de Abigeato (Decrabs) e apoiar a Brigada Militar, que vêm fazendo um ótimo trabalho. Mas o Judiciário é nosso calcanhar de Aquiles”.
A pecuarista referiu as diferentes interpretações de juízes, mesmo em comarcas vizinhas, sobre crimes idênticos. Em alguns locais, argumenta, ladrões presos em flagrante são recolhidos e condenados. Mas a 70 quilômetros de distância, o rigor é outro, e as mesmas provas acabam rejeitadas, estimulando novos casos. “Nossa expectativa é de que o Poder Judiciário enxergue as demandas das comunidades e seja arrastado para o caminho das decisões que protejam efetivamente a sociedade”, destacou Antonia.