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Em Israel, comitiva gaúcha busca soluções para escassez hídrica no RS
País do Oriente Médio é líder mundial no desenvolvimento de tecnologias de irrigação e aproveitamento de água
Representantes do governo do Estado estão em Israel para conhecer novidades com foco em sustentabilidade ambiental produtiva, além de pesquisas em culturas agrícolas e irrigação. Localizado em região com grande escassez hídrica, o país lidera o desenvolvimento de tecnologias inovadoras para o setor. A programação gaúcha segue até quarta-feira.
Nesta segunda-feira (7), em visita ao Water Authority, autoridade governamental de água vinculada ao Ministério de Energia de Israel, a comitiva gaúcha ouviu que 53% da destinação dos recursos hídricos do país são para a agricultura. E que, destes, 63% são fruto de reaproveitamento. O diretor geral do serviço hidrológico de Israel, Guy Reshef, falou sobre a regulação dos serviços e a emissão das outorgas, o monitoramento dos níveis de água subterrânea conforme a disponibilidade hídrica; a prevenção de contaminação; e o tratamento da água para o fornecimento à população.
O grupo também esteve no Instituto de Exportação e Cooperação Internacional de Israel, uma instituição financiada pelo governo e pelo setor privado que realiza a conexão entre empresas israelenses e de fora do país visando os negócios. Quatro empresas israelenses apresentaram suas tecnologias à comitiva gaúcha. A primeira demonstrou um coletor de dados do solo com comunicação via satélite. A segunda empresa mostrou uma plataforma para diagnóstico de pragas no campo e protocolo de proteção, balanço de solo, rastreabilidade e atendimento de metas ambientais.
Também foram apresentados um sistema de tratamento de efluentes para áreas remotas que elimina o lodo e funciona com energia solar e um sensor que fornece informações em tempo real de poluição no lençol freático.
"Tivemos grata surpresa com algumas empresas que apresentaram tecnologias e inovações de Israel, principalmente para a economia da agricultura, que é importantíssima para o Rio Grande do Sul. Nós seguimos aqui na busca por outras formas de levar o desenvolvimento econômico e a inovação que a gente procura", salientou Roger Pozzi, secretário adjunto de Desenvolvimento Econômico do Rio Grande do Sul.
Na primeira parada, ainda no domingo, o grupo foi recebido na Volcani Center, empresa pública de pesquisa agropecuária, onde foram apresentadas pesquisas sobre uso consciente e aproveitamento da água. Entre as alternativas estão a dessalinização, o aperfeiçoamento genético e alternativas para a irrigação.
Shmuel Assouline, diretor de cooperação internacional da unidade com sede em Rishon Letsiyon, a cerca de 15 quilômetros de TelAviv, revelou que 80% do método de irrigação utilizado no país é através de gotejamento e 85% da água utilizada é de reuso. Já a pesquisadora em aplicação e transferência de tecnologia Olga Tarnopolski, reforçou a importância da conexão entre a pesquisa e a extensão rural.
Para o secretário da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural, Domingos Lopes Velho, o relato serviu para ressaltar a relevância e a valorização da extensão rural naquele país e comparou com a dedicação da pesquisa no Brasil e no Estado, por meio da Emater, do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) e do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga).
“Essa é uma das formas de a pesquisa chegar até a ponta, e o produtor fazer a adaptação dentro da sua realidade", disse Domingos Velho.
Já em visita à Naan Dan Jain Irrigation, empresa global criada em 1937 que vende soluções em irrigação, o diretor Amnon Ofen falou sobre as técnicas de irrigação por gravidade, por aspersão e por gotejamento, que oferece 95% de eficiência. Os métodos são desenvolvidos pelo grupo, que está presente em diferentes países, entre os quais o Brasil e a Argentina.
Após a palestra, os gaúchos conheceram uma plantação de citrus que utiliza gotejamento automatizado com água proveniente do sistema de tratamento de esgoto, subterrânea e do sistema nacional de distribuição.
"Visitamos importantes núcleos de produção de conhecimento. Os técnicos puderam fazer a correlação com o que temos no nosso Estado e buscar a inovação, que foi um dos propósitos dessa missão. Temos o tema da agricultura latente, mas a questão da água, que é gerida pela secretaria e regulamentada pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), foi um dos focos do dia. Tivemos, todos, experiências muito positivas", disse Marjorie Kauffmann, titular da Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema).
RS na Cop27
As reuniões previstas para esta terça-feira (8) envolvem tecnologia no campo, desinfecção e dessalinização da água. As agendas no país seguem até quarta-feira, quando a equipe viaja para o Egito para participar da 27ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP27). . A secretária Marjorie representará o governador Ranolfo Vieira Júnior no evento. De 10 a 15 de novembro, o Rio Grande do Sul estará presente em painéis no estande do Ministério do Meio Ambiente e de reuniões técnicas com agentes nacionais e internacionais que terão como tema central as ações coletivas para mitigar os impactos das mudanças do clima.
A delegação gaúcha é composta, ainda, por membros da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedec), da Casa Civil, da Fepam, do Ministério Público Estadual e da Federação Israelita do Rio Grande do Sul