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Porto Alegre, domingo, 16 de março de 2025.

Carnes

- Publicada em 27 de Setembro de 2022 às 16:37

Carne bovina só deve voltar à mesa dos brasileiros em 2023

Perda do poder aquisitivo forçou a busca por outras proteínas

Perda do poder aquisitivo forçou a busca por outras proteínas


RONALDO SCHEMIDT/AFP/JC
Claudio Medaglia
Ainda não será neste ano que a carne bovina voltará à rotina do cardápio nos lares brasileiros. Apesar da oferta abundante de animais prontos para abate, os preços no mercado interno seguem desfavoráveis na relação com outras opções de proteína animal, como frango, ovos e carne suína.
Ainda não será neste ano que a carne bovina voltará à rotina do cardápio nos lares brasileiros. Apesar da oferta abundante de animais prontos para abate, os preços no mercado interno seguem desfavoráveis na relação com outras opções de proteína animal, como frango, ovos e carne suína.
A análise é do consultor do setor de carnes da Safras & Mercado, Fernando Iglesias, para quem o reaquecimento das vendas de cortes bovinos nos açougues ocorrerá a partir de março de 2023. “A perda do poder de consumo da população brasileira levou a uma migração para a compra de proteínas mais acessíveis em todo o País. Esse cenário, porém, não preocupa a bovinocultura, porque os embarques para o Exterior continuam firmes”, diz Iglesias.
Somente em agosto, o setor movimentou US$ 1,35 bilhão, volume que desperta sorrisos entre os produtores de ponta.
Conforme o analista da Safras, a crise da vez é da suinocultura, que vê queda nas exportações e grande oferta de animais. “O resultado dessa combinação é a desvalorização no mercado interno e o aumento do interesse do consumidor local”.
Iglesias projeta, entretanto, que, apesar das exportações em alta, os cortes bovinos sofrerão uma queda nos patamares de venda no mercado interno, por conta do descarte de ventres para abate, que até agora seguiam retidas para produção de terneiros.
“Com a mudança no padrão de consumo da população e a estabilização do volume de carne para exportação, a tendência é a queda de preço da carne bovina no mercado interno. Já verificamos um aumento no número de abates, e a tendência é de esse volume crescer em 2023”, estima o analista de mercado, para quem a indústria do frango deverá manter-se estável.
Estudo divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) aponta diminuição dos preços médios do boi gordo. Em agosto, a queda foi de 3,7% em relação ao mês anterior. Enquanto isso, as exportações aumentaram 18,8% no mesmo período.
No acumulado de janeiro a agosto, o volume exportado de carne bovina foi 15,4% superior aos primeiros oito meses de 2021. De todo o volume exportado, somente no mês de agosto, mais de 50% teve como destino a China, que após ter um forte ajuste na oferta de suínos voltou a aquecer a demanda por carne bovina.
"A forte demanda chinesa favorece o setor pecuário brasileiro na atual conjuntura. Esse movimento reflete a escassez no mercado mundial, bem como a alta competitividade do produto brasileiro”, explica o superintendente de Estudos de Mercado e Gestão da Oferta da Conab, Allan Silveira.
Segundo ele, entretanto, com a gradativa recuperação da produção interna daquele país, a tendência é que a médio prazo a demanda externa pela carne brasileira reduza.
Mas, embora a sinalização de recuperação de espaço da carne bovina na mesa dos brasileiros, ainda é cedo para projetar o percentual de redução nos preços. De acordo com o analista da Safras & Mercado, é preciso aguardar o final do processo eleitoral no Brasil para fazer uma leitura mais fiel do que vem pela frente.
“Podemos conversar em uma semana, ou em 30 dias, e o cenário para o ano que vem já poderá ser mais claro. Tudo está muito atrelado à sinalização dos rumos a serem adotados pela equipe econômica do governo que estará à frente do País nos próximos quatro anos, seja o mesmo ou outro. A situação macroeconômica vai mostrar a capacidade de renda das famílias e suas tendências de consumo”, conclui Fernando Iglesias.
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