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Senge-RS afirma que falta de funcionários na Emater prejudica extensão rural
Emater é o órgão responsável por oferecer assistência técnica e extensão rural e social para a agricultura familiar do Estado
Atualizada às 16h30min
O Sindicato dos Engenheiros (Senge-RS) do Rio Grande do Sul afirma que o trabalho dos agricultores familiares gaúchos pode estar em risco em razão da falta de funcionários e da queda de orçamento da Emater - órgão responsável por oferecer assistência técnica e extensão rural e social para a agricultura familiar do Estado.
De acordo com o presidente do Senge-RS, Cezar Henrique Ferrreira, a Emater já contou com 2,5 mil servidores, e agora tem cerca de 1,7 mil funcionários - uma queda de quase 35%, aponta o sindicato. Ferreira afirma ainda que a falta de pessoal e a redução no orçamento e na estrutura do órgão preocupam o sindicato.
“Com orçamento em 2022 proporcionalmente inferior ao de 15 anos atrás, a Emater corre risco de não conseguir atender e prestar o serviço necessário. Não se trata de um simples órgão estatal, pois ela tem um trabalho importantíssimo, que vai além da propriedade rural, e considera os quesitos ambiental, econômico, social, (de) apoio à formação e estruturação de cooperativas, apoio à inserção em mercados, apoio à gestão entre outros", destacou, na Expointer, o presidente do Sindicato dos Engenheiros.
"Os sucessivos cortes no orçamento ano após ano estão estrangulando a Emater, que assim não conseguirá prestar seu serviço adequadamente. É o tipo de política equivocada que os últimos governos insistem em levar adiante. São essas opções governamentais que acabam gerando mais desemprego, violência e outras mazelas”, afirmou o dirigente.
Segundo o presidente da Emater, Alex da Silva Corrêa, o número de servidores do órgão chegou, no máximo, a pouco mais de 2,3 mil - menos que afirma o Senge-RS. Com os 1,7 mil trabalhadores que atuam hoje no órgão, Corrêa explica que a baixa no número de servidores ocorre pois muitos funcionários se desligam em busca de melhores oportunidades no mercado de trabalho, além dos desligamentos por aposentadoria e pelo PDI (Plano Desligamento Incentivado). Ele ainda afirma que a reposição destes trabalhadores só ocorrerá com a aplicação de um concurso público, que, segundo Corrêa, está sendo negociado com o governo estadual para que ocorra o mais breve possível.
"Tem o processo do Proa, a nível estadual, que está sendo tramitado. Isso está sendo conversado direto com o governo para que seja assinado, o quanto antes, a autorização para que a gente faça a licitação da empresa e realize o concurso público", afirma Corrêa. O presidente explica que o concurso tem validade de dois anos, e que esta atual baixa é algo que ocorre quando não há a realização de novos exames. Ele diz, ainda, que a realização de mais concursos periódicos poderia ser uma solução para esta falta de servidores. "O concurso é fundamental para oxigenar a instituição e ter mais abrangência nos trabalhos", conclui o presidente.
Questionado sobre o número ideal de trabalhadores da Emater, Corrêa afirma: "o ideal é que as políticas públicas cheguem para quem realmente precisa no campo". Quanto ao atual orçamento do órgão, o presidente afirma que "o ideal é ter sempre mais", e reitera que a Emater é uma política pública, que depende de incentivos por parte dos poderes Executivo e Legislativo.
O Senge-RS destaca que o censo agropecuário do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2017 e divulgado em 2019 - mais recente disponível - mostra que 80% dos estabelecimentos rurais no Rio Grande do Sul se enquadram na categoria de agricultura familiar.
A Emater atende agricultores familiares, quilombolas, pescadores artesanais, indígenas, assentados, totalizando um contingente superior a 200 mil famílias nos 497 municípios do RS.