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Suinocultura

- Publicada em 26 de Julho de 2022 às 17:55

Suinocultores independentes do RS operam com prejuízo no primeiro semestre

Preço do suíno está de R$ 0,50 a R$ 0,80 mais barato que o valor do custo de produção

Preço do suíno está de R$ 0,50 a R$ 0,80 mais barato que o valor do custo de produção


Daniel LEAL-OLIVAS/AFP/JC
Diego Nuñez
Não houve milagre para os suinocultores independentes gaúchos durante o primeiro semestre de 2022. Com os custo de produção mais elevados do que o valor do quilo do suíno recebido, nem o mais eficiente dos 60 mil produtores independentes do Rio Grande do Sul conseguiu escapar do prejuízo na operação da primeira metade do ano.
Não houve milagre para os suinocultores independentes gaúchos durante o primeiro semestre de 2022. Com os custo de produção mais elevados do que o valor do quilo do suíno recebido, nem o mais eficiente dos 60 mil produtores independentes do Rio Grande do Sul conseguiu escapar do prejuízo na operação da primeira metade do ano.
De janeiro a junho de 2022, a média dos custos de produção ficou em cerca de R$ 7,20 por quilo de porco, variando entre R$ 7,00 e R$ 7,30, segundo a Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs). Já o preço pagou ao produtores na terceira semana de julho, já após uma leve reação, ficou em R$ 6,53. Portanto, o preço de venda do suíno vivo nas matrizes independentes está de R$ 0,50 a R$ 0,80 mais barato que o valor do custo de produção por quilo. 
“Todos os produtores independentes tiveram prejuízo. O primeiro semestre de 2022 foi realmente bem complicado em relação a custo de produção e ao preço do suíno. Os produtores que estão fora do sistema integrado e trabalham no mercado independente têm apanhado feio nesses primeiros meses do ano”, lamenta Valdecir Folador, presidente da Acsurs.
De um plantel geral de 360 mil matrizes que a suinocultura gaúcha possui, cerca de 60 mil são de produtores independentes. O restante pertence ao sistema de produção integrado, seja através de cooperativas ou de agroindústrias - que absorvem o prejuízo da operação quando o resultado entre custo e valor de venda fica no negativo.
“A diferença é que, no caso do independente, o prejuízo fica no bolso do produtor. Na conta recente, o saldo foi negativo: o produtor teve que tirar dinheiro do bolso para manter a operação. Está trabalhando no vermelho”, afirma Folador. Para o segundo semestre, o presidente da associação espera reação de preços e, com uma boa safrinha que está sendo colhida no Centro-Oeste brasileiro, os custos também deem uma folga para a produção gaúcha - o que ainda assim pode não ser suficiente para acabar com os prejuízos da operação.
“Se olhar tradicionalmente, o segundo semestre sempre foi melhor, sempre pagou preços melhores. Há expectativa de daqui para a frente um mercado com mais força para pagar pelo suíno. E o custo de produção vai ceder um pouco, já que o milho baixou levemente em função da grande safra que está sendo colhida em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás, mas não é algo extraordinário, nem deve ser suficiente”, afirma Folador.
Outra expectativa em relação à segunda metade do ano é de que haja reação também nas exportações. No semestre, as exportações de carne suína totalizaram 510,2 mil toneladas, número 9,3% menor que o acumulado nos seis primeiros meses de 2021, com 562,7 mil toneladas. A receita acumulada até junho também apresentou queda, alcançando US$ 1,115 bilhão, número 17,4% menor que o registrado no primeiro semestre do ano passado, com US$ 1,349 bilhão.
“O que se prevê para julho é um volume maior exportado e também preços melhores recebidos na venda ao exterior. Isso ajuda a melhorar o preço do quilo do suíno vivo internamente”, espera o presidente da Acsurs.
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