Um novo evento pretende entrar para o calendário das grandes feiras agropecuárias do Rio Grande do Sul. O Universo Pecuário foi lançado nesta quinta-feira (23) em evento na casa da Farsul, na zona central de Porto Alegre.
Com a pretensão de ser uma Expodireto da pecuária, o Universo se apresenta como uma feira de negócios, buscando ser referência no ramo da pecuária. O evento ocorrerá pela primeira vez de 1º a 6 de novembro no Parque de Exposições Olavo de Almeida Macedo, em Lavras do Sul, e deverá ter caráter anual. A realização é de uma parceria entre Sindicato Rural de Lavras do Sul, prefeitura da cidade, Farsul, Cotrisul e Sebrae-RS e Senar-RS.
“Estamos vestindo essa feira de oportunidades, de abraçar os desafios que a pecuária enfrenta há décadas na sua histórica convivência com o solo brasileiro. A pecuária vem, ao longo do tempo, precisando ser revigorada e voltar a protagonizar o que já fez nos tempos do charque, das marchas para o Oeste e que em outras épocas nós, gaúchos, protagonizamos. Sentimos que é uma nova oportunidade enfrentar esses desafios respondendo de forma propositiva”, afirmou Davi Teixeira, coordenador técnico do Universo Pecuária.
A feira traz o tema “futuro, negócios e sustentabilidade”. A programação ainda está em construção, e o calendário oficial deve ser anunciado durante a 45ª Expointer, que acontece de 27 de agosto a 4 de setembro. Os organizadores pretendem realizar, no mínimo, cinco remates durante os seis dias de feira. O evento também terá palestras e debates técnicos e empresariais com foco na pecuária sustentável.
"A pauta da pecuária sustentável é a principal. Temos o objetivo de trazer a sustentabilidade ao setor de maneira clara, objetiva e business. Sabemos que tem como fazer deste tema um ambiente de negócios. Concretar empresas e instituições a esse contexto de ESG e desenvolvimento sustentável”, estimula Teixeira.
“A partir de tecnologia científica aplicada, que produtores rurais já aplicam nos seus modelos de produção, somos capazes de uma intensificação sustentável da produção agropecuária. Precisamos fazer negócios não só no âmbito da cadeia produtiva, mas também no âmbito deste mercado verde, desta economia que se debruça sobre nós”, completa.
O presidente da Farsul, Gedeão Pereira, comentou sobre o potencial que uma grande feira voltada exclusivamente para a pecuária tem no desenvolvimento de regiões criadoras de gado no Estado.
“O projeto é fundamental para a metade Sul do Estado. Hoje, a grande discussão que estamos fazendo é a sustentabilidade da pecuária de corte do Rio Grande do Sul. Estamos numa nova fronteira agrícola brasileira, que é o que ocorre hoje na metade Sul, onde outrora reinava praticamente sozinha a precária, circundada pela lavoura arroz, hoje aparecem projetos de transformação da metade Sul. E a primeira coisa que sobe é o IDH dos municípios. Começa a circular mais riqueza”, afirmou Gedeão.
O presidente do Sindicato Rural de Lavras do Sul, Francisco Abascal, comentou sobre a tradição da cidade em sediar eventos de remate de cabeças de gado. “Lavras tem uma situação privilegiada. Há mais de 40 anos trabalha nesse ritmo. Temos remates todos os sábados e agora quase todas as quartas-feiras. Em 2021, passaram pela pista de lavras 40 mil bovinos. Esse ano já vão 27 mil, e estamos na metade. Enquanto a população bovina está diminuindo, os eventos em lavras ocorrem cada vez mais vezes”, disse ele.
Quem também está com a expectativa alta para o evento é o prefeito do município, Sávio Prestes (PDT): “Nós acreditamos que poderíamos sim fazer a Expodireto da carne, do boi. Esse processo vai transformar a pecuária em dois momentos, o antes e o depois”, disse.