Prefeito de Canoas é afastado do cargo em megaoperação do MP-RS

Ação foi desencadeada na manhã desta quinta-feira na cidade da RMPA

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Canoas - operação MP-RS investiga contratos - chegada a prefeitura em Canoas - Copa Livre - fotografia com Jairo Jorge
Atualizada às 9h30min
Uma megaoperação no começo da manhã desta quinta-feira (31) atinge a prefeitura de Canoas. Em nota, o Ministério Público do Rio Grande do Sul informa que executa ações dentro de investigação sobre a gestão e contratos.
O Tribunal de Justiça do RS (TJ-RS) afastou o prefeito Jairo Jorge (PSD), em decisão do desembargador Newton Brasil de Leão, atendendo ao pedido da investigação. O procurador-geral de Justiça do RS, Marcelo Dornelles, confirmou o afastamento do prefeito, do secretário da Saúde, Maicon de Barros Lemos, o secretário de Planejamento e Gestão, Fábio Cannas, entre outros envolvidos em irregularidades relacionadas à prestação de contas.
"Tem um núcleo empresarial muito forte que pratica fraudes em todo o Brasil na área da Saúde. Estamos interferindo agora pelos afastamentos com período mínimo de seis meses. Vamos encaminhar a denúncia em pouco tempo", afirma o procurador.
Procurado pelo JC, o advogado de Jairo Jorge, Jader Marques, afirma:
"Prefeito Jairo Jorge dará todas as explicações e prestará todas as informações, como faria se fosse solicitado pela forma não violenta. Eu vou buscar acesso às investigações e farei, no momento oportuno, a devida manifestação sobre as medidas que serão tomadas em defesa do Prefeito de Canoas".
A ação é da Procuradoria da Função Penal Originária e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) - Núcleo Saúde, com apoio do 1º Batalhão de Polícia de Choque da Brigada Militar. A Operação Copa Livre mobilizou um grande efetivo e equipes do MP-RS, que fizeram buscas na prefeitura e outros locais. No Rio Grande do Sul, a coordenação é do procurador Ricardo Herbstrith.
Em Canoas, ação penal originária investiga fraudes na área da Saúde.
Segundo nota do MP-RS, são cumpridas 81 medidas cautelares contra 24 pessoas físicas e 15 empresas.
"Sete dessas empresas foram proibidas de contratar com o poder público e seis pessoas, afastadas dos cargos. Essas medidas cautelares estão sendo cumpridas em endereços comerciais e residenciais, em instituições e órgãos públicos de Canoas, Porto Alegre, São Paulo/SP, São Bernardo do Campo/SP, Barueri/SP, Santana do Parnaíba/SP, Nova Iguaçu/RJ, Niterói/RJ e Contagem/MG", informa o site da instituição.
O MP-RS dará entrevista coletiva na sede do órgão ainda pela manhã, às 10h30min, para esclarecer os fatos.