O governador Eduardo Leite confirmou, em vídeo divulgado pelo Palácio Piratini, que a cogestão volta na próxima semana, mas advertiu que a flexibilidade poderá ser adotada em "algumas atividades". Leite vem se reunindo com entidades ligadas a municípios,
prefeitos, como o de Porto Alegre, e, segundo ele, especialistas, para tratar dos próximos passos no enfrentamento da pandemia.
São quase 3,5 mil doentes internados, sendo quase 2,7 mil com Covid-19 (2.504 confirmados e 171 suspeitos), um pouco acima dessa terça-feira (16). Em leitos clínicos, são quase 6,2 mil entre positivados e suspeitos, com leve alta frente ao dia anterior.
O que a equipe do governo espera validar é a evolução dos indicadores, prinicpalmente os ligados à taxa de contágio, quando se trata da transmissão do vírus, e ritmo e nível das internações em UTIs e leitos clínicos. O chefe do Piratini diz que os óbitos contam, mas destacou que muitas mortes, em número crescente, são efeito do período recente mais agudo da crise sanitária.
"Ver o registro de
mais de 500 mortes (nessa terça-feira) toca qualquer ser humano, mesmo que sejam em mais de um dia", observou, prevenindo que a perda de vidas para a Covid-19 ainda vai se manter em alta nas próximas semanas.
Dois dados embasam a projeção de que se pode manter bandeira preta, mas liberando para que as regiões adotem regras da bandeira vermelha, que é de alto risco, mas mais amena do que a preta. Isos tudo já na cogestão. Na vermelha, comércio e serviços como restaurantes podem abrir.
Leite citou que o aumento médio diário de 350 leitos de UTI ocupados desde fevereiro recuou a 16 leitos a mais por dia sendo demandados. "Além disso, a taxa de transmissão (TR) verificada em meados de fevereiro, que estava em torno de 2,35, passou agora para em torno de 1,4", comparou o governador.
"A queda nesses indicadores é um reflexo das duas semanas e meia de restrições mais severas adotadas pelo Estado para frear o contágio e a disseminação do vírus", reforçou. "As restriçõwes surtiram efeito importante", conclui.
A volta da cogestão, que vai liberar atividades, é ainda considerada necessária devido aos impactos econômicos. A pressão tem sido cada vez maior dos setores.
Leite, porém, advertiu que os municípios precisam fazer os ajustes e adotar protocolos de acordo com o cenário na região e até o limite da bandeira, "sem passar no relaxamento de restrições". O governador advertiu que "não é só aplicar a vermelha, pode fazer flexibilidade em algumas atividades, vamos ser um pouco restritivos", preveniu.
O governador não chegou a indicar quais seriam as atividades que podem ser alvo de liberações ou mesmo se haverá alguma delimitação por setor.