O futuro prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB), anuncia diversos atos que recheiam de simbolismos a largada da gestão e de 2021. Melo vai de táxi para a
posse na Câmara de Vereadores e sua mulher, Valéria, vai de Uber.
O uso de dois modais que vêm rivalizando mercado nos anos recentes busca apontar a ideia de conciliar os operadores de mobilidade. Já o vice Ricardo Gomes vai ao ato com seu carro particular, que também agrega outro componente dos transportes na Capital.
Mas o principal desafio do futuro prefeito será desatar o nó da crise no modal público, que é formado principalmente pelos ônibus, que vivem profunda queda de usuários, efeito da pandemia e da migração das pessoas para os aplicativos.
Melo tem falado de rever as atuais regras do sistema e componentes dos custos das empresas, como a presença de cobradores. O
blog Pensar a Cidade, informou que Luiz Fernando Záchia (MDB), que será o secretário de Mobilidade Urbana, apontou medidas como repactuar a licitação, criar alternativa de financiamento e articular a criação de um fundo nacional de mobilidade.
O prefeito que se despede do cargo, Nelson Marchezan Júnior (PSDB), tentou reduzir a exigência da presença de cobradores em horários mais no fim da noite e em fins de semana, para reduzir o ônus de pessoal e buscar um menor valor da passagem. Marchezan
repetiu várias vezes que o sistema estava falido.
O ex-prefeito de Porto Alegre José Fogaça (MDB, 2005-2010) reforçou,
em entrevista especial ao JC, que o transporte público será o maior desafio da gestão. Fogaça coordenou o grupo de trabalho que preparou as bases do programa de governo de Melo, em um ciclo de debates chamado Vozes da Cidade, que reuniu lideranças de várias áreas para pensar a Capital.