A reação dos setores econômicos após o
anúncio do governador Eduardo Leite de mudanças na política de isolamento com liberação para abertura do comércio, sob certas condições, em parte do Rio Grande do Sul, foi imediata. O presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn, disse que a decisão atende em parte ao que o setor vinha reivindicando.
"A retomada das atividades com segurança à saúde das pessoas com critérios técnicos, deixando para os prefeitos essa decisão final", explicou Bohn. Mas o dirigente discordou do critério de separar e m duas grandes regiões Porto Alegre e RMPA e Caxias do sul e Serra Gaúcha. Para o dirigente, a abrangência adotada acabou englobando pequenas cidades que não têm nenhum caso nas duas áreas metropolitanas, mas acabou deixando de fora cidades do Centro do Estado e da Campanha que "têm muitos casos e podem flexibilizar".
"Colocar pequenas cidades no mesmo critério não nos parece o melhor critério, visto que 72% dos casos estão em poucas cidades dessas duas regiões", criticou Bohn. "Esperamos que com esses dados do monitoramento semanal se possa na próxima semana já retomar as atividades em mais cidades dessas duas regiões", aposta o dirigente da entidade.
Nessa terça-feira (14), o presidente da Fecomércio-RS argumentou que
manter o fechamento era insustentável e garantiu que os estabelecimentos vão adotar proteção e medidas para evitar riscos.
A Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Rio Grande do Sul (FCDL-RS) afirmou, em nota, que a flexibilização "é um meio de contemplar, ainda que de forma parcial, os pedidos feitos pelas entidades empresarias para a retomada do círculo virtuoso da economia". A entidade reforçou que onde for feita a liberação os estabelecimentos devem seguir à risca os protocolos de higiene e proteção, como o uso de máscaras para colaboradores e clientes.
Na maior cidade e economia da serra gaúcha, segmentos do varejo já projetam acionar a Justiça. O Sindilojas Caxias informou que vai buscar a reabertura do comércio e lembra que já ingressou com ação e que a Justiça definiu que ia aguardar a definição do governador. "Se não houver uma decisão judicial, o lojista deve acatar as determinações do decreto estadual", orientou a entidade. "É lamentável essa decisão. Estamos viabilizando uma reunião com o governador para expressar o descontentamento da categoria", adiantou a presidente do Sindilojas Caxias, Idalice Manchini.