O procurador da República Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava Jato, reforçou em seu perfil no Twitter que se identifica com a causa anticorrupção. Segundo ele, sua atuação e a da Lava Jato é suprapartidária. A mensagem foi publicada neste domingo (25) após o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL/RJ) sugerir que o procurador teria "conexões com ONGs e grupos de esquerda".
O procurador postou em sua rede social. "Quando se é acusado ao mesmo tempo de ser de direita e de esquerda, isso só mostra uma coisa: que nosso trabalho foi feito com a isenção que era necessária e não tem - nem nunca teve - viés político-partidário."
A postagem de Eduardo Bolsonaro apresentava um vídeo no qual o guru dos Bolsonaro, Olavo de Carvalho, diz: "Vejam o que o senhor Deltan está fazendo com o dinheiro da Petrobras, está levantando as ONGs de esquerda para um novo assalto ao poder".
A afirmação de Olavo faz referência ao projeto do fundo da Operação Lava Jato que receberia parte da multa de R$ 2,5 bilhões da Petrobras em ações nos Estados Unidos.
O tema também foi abordado em vídeo do youtuber Lilo, o qual Olavo comentava. Na gravação, o youtuber diz que é preciso "ficar atento" ao dinheiro da Petrobras e "reconhecer o posicionamento político" de Deltan.
Lilo inicia sua fala indicando que, em uma gravação anterior, citou o nome de Deltan e o caracterizou como "centro-esquerda". O youtuber diz ainda que muitas pessoas discordaram de sua fala e, por causa disso, algumas delas se deixaram de seguir o canal.
O youtuber segue o vídeo falando sobre a coalizão Unidos contra a Corrupção, cujo link é compartilhado na descrição do perfil de Deltan no Twitter. Na avaliação de Lilo, o comitê gestor da coalizão é formado por entidades que defendem pautas associadas à esquerda.
Também neste domingo(25) Eduardo Bolsonaro compartilhou um tuíte da deputada federal Bia Kicis, que apresenta um vídeo da entrevista concedida por Deltan ao jornal A Gazeta do Povo. Na postagem, a parlamentar escreveu que admirava o procurador e seu trabalho, mas "lamentava" que ele acreditasse "na boa fé da esquerda".