Via de regra, quando procuramos líderes para as nossas equipes, conhecemos profissionais com muitos estudos ou vivências na trajetória. Entretanto, indo mais a fundo sobre o histórico profissional, constatamos que eles pouco inovaram. Mais do que nunca, é fundamental que o gestor de recursos humanos esteja preparado para ir além da análise das competências técnicas. O que norteará boas contratações para as empresas é um conjunto de ações no processo seletivo que abrange - entre outros pontos - as competências comportamentais, norteadas pelo perfil dos traços observáveis dos indivíduos. Definitivamente, de agora em diante, os líderes precisam entender de gente.
Precisamos de um gestor que possua autopercepção de suas capacidades e necessidades de atualização e preparo. Gerir equipes na era digital exige irmos muito além do pragmatismo cartesiano de uma política de regras organizacionais. Regras estas construídas em tempos de uma política ditatorial empresarial, presa em um passado cultural do “eu mando, você obedece”, que não funcionam mais nos dias de hoje.
Sinceramente, os melhores profissionais se libertam disso. Hoje, eles elegem onde, quando e com quem querem trabalhar. Por isso, o que precisamos nas empresas é de gestores e líderes preparados para o novo paradigma de negócios nas relações humanas. Pessoas que tenham habilidades de comunicação atualizadas como flexibilidade cognitiva, pensamento crítico, criatividade bem entendida, preparo para inovação contínua e que promovam integração em rede, com trabalho em equipe e visão de grupo.
Neste movimento, na mudança cultural das empresas, merece ser dada atenção para um importante tema de casa. Havendo gestores de recursos humanos sendo especialistas capazes, é preciso ter uma relação de confiança entre os membros da alta direção e o gestor de RH que lhes representa. Validar este profissional é extremamente importante, dando voz com equidade e empoderamento para gerir e comandar conjuntamente os líderes e equipes.
Levaremos tempo e precisaremos fazer uma ação estruturada na mudança cultural sobre o papel do líder e gestores de pessoas nas empresas. Precisamos dar espaço a quem tem expertise para cuidar das mentes humanas nas empresas. Do contrário, seguiremos como na maioria dos casos, nas condições insalubres de liderança.
Especialista em Design Comportamental