O brasileiro está entre os povos com menor autoestima, é dos que mais fala mal do próprio país, não tendo orgulho de sua pátria, com uma única exceção: veste orgulhoso a camiseta do seu time, seja Flamengo ou Corinthians, Grêmio ou Internacional.
O futebol é a maior paixão esportiva do planeta e aqui no Brasil é a nossa principal atividade coletiva. Nos reunimos eventualmente para eventos musicais, religiosos ou até políticos, enquanto os encontros nos estádios de futebol são regulares e frequentes.
Sendo um fenômeno “de massas”, influencia no comportamento das pessoas, como se observa nos estudos de “Psicologia de Massas”. A conduta de uma pessoa se transforma quando ela faz parte de um grupo, as características individuais dão lugar a pensamentos, sentimentos e condutas grupais.
O comportamento de um indivíduo muda a partir do momento em que ele está envolvido em um grupo, de um modo análogo a “estados alterados de consciência”, como é o caso das mudanças psíquicas que ocorrem nestas 5 (cinco) situações: no estado de apaixonamento (“estar amando”), nos transtornos psiquiátricos, sob efeito de álcool e outras drogas (ou transtornos neurológicos), na hipnose ou similares, ou, por fim, na formação de um grupo.
Sob influência do grupo as pessoas ficam menos racionais, mais impulsivas e imprevisíveis, motivo pelo qual os grandes eventos, principalmente os de futebol, requerem preparação e estratégias dos órgãos de segurança.
Os tumultos que já ocorreram em estádios – e até fora deles, tendência mais recente – requerem medidas adequadas não só dos governantes, mas da sociedade como um todo. Está em debate, por exemplo, o uso de álcool nos estádios.
O Fórum Nacional dos Juizados do Torcedor e de Grandes Eventos, de 16 a 18 de outubro, esta sexta-feira, em Porto Alegre, tem o mérito de colocar em debate temas tão importantes como estes, com especialistas das mais diversas áreas e incluindo celebridades esportivas nacionais. Que gere bons frutos, pois a sociedade precisa.
Médico psiquiatra