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Opinião

- Publicada em 27 de Setembro de 2019 às 03:00

A dura realidade

Em artigo recente publicado na revista Veja, Mailson da Nóbrega prevê que o Brasil vai demorar para voltar a crescer. Numa economia com mais de 12 milhões de desempregados, essa é uma péssima notícia.
Em artigo recente publicado na revista Veja, Mailson da Nóbrega prevê que o Brasil vai demorar para voltar a crescer. Numa economia com mais de 12 milhões de desempregados, essa é uma péssima notícia.
O ex-ministro da Fazenda do governo Sarney aponta a baixa produtividade como nosso principal vilão, consequência do esgotamento da estratégia de substituição de importações, efeitos fiscais da Constituição de 1988 e da devastadora gestão petista.Segundo ele, a reforma da Previdência ajuda a evitar o colapso, mas não garante uma retomada firme do crescimento, que depende de outras reformas, entre as quais a tributária.
Certamente, a saída para a atual crise, pelo menos naquilo que depender do governo, exigirá a combinação de muitas reformas estruturantes, a exemplo da previdenciária e da tributária, que se destacam, mas não são as únicas necessárias.
Em paralelo, precisamos torcer para que Nouriel Roubini não esteja certo nas suas previsões sobre uma nova recessão mundial para 2020, fato que agravaria ainda mais nossa tão esperada recuperação econômica. É bom lembrar que o economista norte-americano foi quem anteviu a crise de 2008.
Mailson alerta também sobre um fenômeno interessante para o qual percebo pouca atenção ou interesse no debate sobre a economia brasileira: os investimentos públicos, ou pior, a falta deles.
Os problemas na questão dos investimentos do governo ocorrem simultaneamente em duas frentes: enxugamento nas despesas, absolutamente necessário, e o já crônico déficit na capacidade de investimentos com recursos do Tesouro.
O paradoxo reside justamente aí. Com uma participação expressiva no PIB, o governo acaba sendo coautor na solução e no agravamento da própria crise, na medida em que inibe seus gastos e, ao mesmo tempo, tem a necessidade de investir em projetos de desenvolvimento.
Quanto mais cortes no orçamento para o necessário ajuste das contas públicas, mais sofre a economia no curto prazo.
Prevejo, para logo adiante, questionamentos da ideologia ultraliberal do ministro Guedes, com alguma forma de concessão a um papel mais proeminente de políticas públicas, inclusive de matriz Keynesiana.
Talvez uma combinação de princípios liberais já em curso, porém admitindo um papel mais ativo em políticas públicas setoriais, considerando as imensas assimetrias existentes hoje no País nos campos social e econômico, principalmente. O tempo dirá.
Mestre em Administração de Empresas
 
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