Com um mercado cada vez mais concorrido, ser uma marca disruptiva tornou-se uma necessidade. Segundo levantamento da Kantar Millward Brown, com mais de duas mil marcas, poucas ainda estão adotando esta prática: as marcas disruptivas, na prática, entregam algo melhor, que facilita e muda a vida do consumidor, apresentando um alto índice de crescimento no seu valor financeiro. Desta forma é importante atentar-se aos sinais que indicam quando a necessidade de agir é vital. Apesar dos esforços, a grande maioria das marcas está presa a categorias nas quais nenhuma delas consegue alcançar um crescimento significativo. Mas a falta de crescimento pode não indicar, por si só, que precisa ser feito algo disruptivo.
Marcas que permaneceram estagnadas ao longo do tempo perderam significado e a relevância. No entanto, de acordo com o levantamento, com apenas 1% de mudança no share de mercado, uma marca pouco inovadora já consegue obter um crescimento significativo. Mesmo que os seus produtos fiquem mais caros, os consumidores chegam a pagar até 14% a mais por aquelas que percebem que são diferentes. A Nokia é um exemplo de uma marca que tinha uma grande base de usuários, mas carecia de diferenciação. A sua inovação era na criação de novos aparelhos celulares, porém a Apple foi disruptiva ao levar diversos aplicativos ao aparelho, ao oferecer um novo conceito de usabilidade e experiência ao consumidor. Com isso, a Nokia não se sustentou, mas reconheceu que, para ser disruptiva, era preciso fazer investimentos financeiros, de tempo, mas acima de tudo apresentar a mudança de pensamento empresarial.
Ao analisar estes aspectos, será possível detectar o que precisa ser feito para sair da zona de conforto. O próprio insight vindo do consumidor pode ajudar a identificar oportunidades e dar feedback rápido com relação às ideias e execução delas. Em seguida, é preciso investir para fazer a diferença e aprender rápido para alcançar grandes retornos.
Vice-presidente de Atendimento da Kantar Millward Brown