O então secretário estadual da Segurança Pública, Cezar Schirmer (MDB), apresentou uma série de dados numa reunião conjunta de duas comissões da Câmara Municipal de Porto Alegre. Foram vários gráficos com os números de homicídios, assaltos e roubos de carro. Schirmer fez questão de ressaltar os bons resultados em Porto Alegre. Mas o que chamou a atenção na explanação foram os dados sobre assaltos e arrombamentos a bancos. Neste item, o secretário não apresentou nenhuma estatística, nem gráficos como nos outros crimes. Ao menos ele reconheceu que os resultados não são nada bons, mesmo sem apresentar números.
E o que pensava Schirmer sobre isso? Para o secretário, a responsabilidade sobre a segurança dos bancos é dos banqueiros. Segundo ele, os donos dos bancos não têm investido em segurança. Na realidade, a omissão do secretário em apresentar indicadores sobre esse tipo de crime escondia à equivocada estratégia adotada pelo então governo Sartori (MDB). Ao longo do mandato, Schirmer e o governador tomaram a decisão de trazer para Porto Alegre centenas de policiais militares, o que deixou cidades do interior desguarnecidas, principalmente municípios com menos de 10 mil habitantes.
Esta estratégia de dar visibilidade ao policiamento ostensivo na Capital foi decisiva para o aumento exponencial nos assaltos e roubos a bancos, resultando inclusive em ações criminosas com que tiveram a morte de reféns. Com poucos PMs, essas pequenas cidades tornam-se alvos fáceis para a bandidagem, que enfrentam pouca (ou nenhuma) resistência, e por vezes acabam assaltando mais de uma agência em cada ação. Mesmo com prefeitos denunciando, esta situação de calamidade foi amplamente ignorada pelo governo. A tática foi terceirizar a responsabilidade, seguindo uma linha que o próprio governador Sartori usou e abusou durante todo o seu mandato.
Vereador de Porto Alegre (PT)