O Rio Grande do Sul está diante de um abismo. Temos duas escolhas: ou construímos uma ponte para atravessá-lo ou nos arremessamos em queda livre. Infelizmente, a segunda opção está prevalecendo. É o que sinalizam dois fatos recentes. O primeiro passo rumo ao precipício foi dado na Assembleia: a maioria dos deputados rejeitou o plebiscito sobre a privatização ou federalização de CEEE, CRM e Sulgás. Caso aprovada, a votação aconteceria em 2018, no mesmo dia das eleições - economizando R$ 18 milhões. Os gaúchos seriam ouvidos sobre o que querem para o futuro: um Estado inchado, que sustenta estatais deficitárias; ou uma máquina pública mais eficiente, focada em ajudar quem mais precisa.
Porém estranha aliança se formou para negar a possibilidade de a população decidir: uniram-se aqueles que sempre defenderam "a voz das ruas" e outros historicamente favoráveis às privatizações. Bem comum e coerência ficaram em segundo lugar.
E não tardou para surgir outro revés. O governo do Estado pretende enviar ao Parlamento um projeto para manter a elevação das alíquotas do ICMS, aprovadas em 2015 e que expiram neste ano. Novamente, o cidadão vai pagar a conta de décadas de erros, dificultando a retomada do desenvolvimento. Que resultado pode surgir desses dois fatores? A lógica fala por si. Cada vez mais, a máquina estatal se torna um fardo para a população carregar.
Um obstáculo para que tenhamos uma vida melhor. Seguiremos - ao menos por algum tempo - destinando recursos para mineração de carvão e geração de energia, ao passo que falta dinheiro para segurança e saúde. Faz sentido? As mobilizações da história recente mostram que o cidadão não aceita mais as consequências de um Estado ineficiente e gigante - que faz tudo, mas tudo mal feito. Que tenhamos o bom senso de ouvi-lo. Ou não dará mais tempo de construir a ponte.
Deputado estadual (PP)