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Publicada em 31 de Março de 2020 às 03:00

As perspectivas da indústria para 2020

Gilberto Porcello Petry

Gilberto Porcello Petry

/FIERGS/Divulgação/JC
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Mesmo que os cenários internacional e nacional exijam prudência, há otimismo em relação à retomada da economia brasileira em 2020, com expectativas de melhora do emprego e da renda, e o consequente aumento da demanda por produtos industriais.
Mesmo que os cenários internacional e nacional exijam prudência, há otimismo em relação à retomada da economia brasileira em 2020, com expectativas de melhora do emprego e da renda, e o consequente aumento da demanda por produtos industriais.
A produção física da indústria do Rio Grande do Sul, embora 13,5% abaixo do nível médio registrado em 2014, apresentou uma tendência de recuperação ao final do ano passado, com elevação de 2,6% em comparação a 2018, conforme os dados do IBGE. Esse foi o terceiro ano consecutivo de avanço.
As quedas sucessivas da taxa básica de juros, por sua vez, terão um impacto positivo no setor industrial, tornando-se fator importante para a decisão de novos investimentos, aliada ao maior índice de confiança dos empresários e consumidores.
Convém assinalar que a construção civil, tradicional atividade econômica que alavanca a geração de vagas de trabalho, após 20 trimestres consecutivos de queda, começou a esboçar reação desde o terceiro trimestre de 2019. Também são aguardadas as contratações de obras de infraestrutura e as oportunidades resultantes das privatizações e concessões de serviços estatais.
A situação externa, porém, inspira cuidados. Os efeitos do coronavírus ainda são incertos nas mais diversas economias do mundo. A demanda internacional desacelerou no ano passado e deve ter ritmo lento em 2020. Soma-se a situação da Argentina, pois, além da severa crise que o país atravessa, as barreiras de importação impostas pelo novo governo tendem a prejudicar ainda mais as nossas exportações.
Nessa conjuntura, é preciso considerar o acordo entre o Mercosul e a União Europeia, que exigirá uma resposta efetiva do setor público e do setor privado, para que possamos elevar a nossa capacidade competitiva e expandir os mercados.
As variáveis - nos âmbitos externo e interno - exigem que os governos, em todos os seus níveis de atuação, persistam nas reformas administrativa e tributária, na modernização do Estado como um todo, e na melhora no ambiente de negócios, sob pena de frustrar as expectativas da sociedade brasileira, que consegue enxergar, no escopo dessas mudanças, o esperado crescimento econômico e o desenvolvimento social. E há que se ter cuidado para que as eleições municipais deste ano não atrapalhem a trajetória dessas transformações estruturais.
Assim, o ano de 2020 pode ser o marco da abertura de um novo ciclo de prosperidade, com o Brasil se apresentando como uma nova nação. Os desafios são conhecidos, mas todos precisam fazer a sua parte.

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