A partir do decreto emitido no sábado (26) pelo governo estadual, em que flexibilizou o uso de máscaras para crianças menores de 12 anos, duas das principais cidades gaúchas decidiram manter o uso do equipamento de proteção. Através de decretos publicados pelas prefeituras, Canoas, na Região Metropolitana, e Pelotas, na região sul do Estado, vão continuar exigindo das crianças e adolescentes o uso, ao menos por enquanto.
Em Pelotas, a prefeita Paula Mascarenhas assinou o documento que mantém a obrigatoriedade do uso de máscara de proteção facial para crianças maiores de 3 anos de idade, como forma de prevenção à infecção pelo coronavírus. A medida vale até o dia 18 deste mês. "Manteremos, em Pelotas, a exigência do uso de máscara para crianças acima de 3 anos até o dia 18 de março. Apoiados no princípio da precaução, que sempre nos guiou durante a pandemia, pretendemos esperar que passe o efeito do feriado do Carnaval antes de flexibilizarmos", pontuou a prefeita.
Já em Canoas, o prefeito Jairo Jorge, após reunião com equipe técnica, tomou a mesma decisão. A manutenção da obrigatoriedade se dá, principalmente, pelo retorno das crianças para a escola. O município seguirá regras mais rígidas neste primeiro momento, para que a secretaria da Saúde avalie, nos próximos 15 dias - ou seja, até 17 de março - a disseminação do vírus após o período de Carnaval. Nas festas de final de ano, Canoas registrou 485 casos confirmados de coronavírus em dezembro de 2021, logo em seguida, houve um aumento histórico para 13.051 casos em janeiro de 2022, sendo o mês com mais canoenses infectados desde o início da pandemia.
A secretária adjunta da Educação, Cinara Sousa, lembra que, neste momento de retorno das crianças, a Secretaria Municipal da Educação está acompanhando os índices de vacinação e contágio. "Para nós, este é um momento de muita atenção. Os estudantes já sofreram muito com essa pandemia e não podemos mais penalizá-los. Todo cuidado é pouco, é uma decisão muito acertada", frisou.
São Leopoldo, no Vale do Sinos, foi outra a manter as medidas. O município entende que manter a obrigatoriedade do uso do equipamento de proteção individual corretamente "é uma forma de auxiliar no enfrentamento da pandemia, especialmente pelas crianças representarem um grupo mais vulnerável, com baixa cobertura vacinal". Até esta quinta-feira (3), 14.208 crianças de 5 a 11 anos tinham tomado a primeira dose, o que representa um percentual de 71,04% da população estimada de 20 mil crianças deste público.
Como os municípios têm autorização para serem mais restritivos em normas em relação ao estado e ao governo federal, a norma instituída pelas duas cidades se sobrepõe ao que fora definido durante o Carnaval pelo governador Eduardo Leite. Portanto, mesmo que haja a determinação em âmbito estadual, vale o que foi definido pela prefeitura.