Mulheres de todas as regiões do Estado participarão de uma pesquisa, que será realizada Emater/RS-Ascar. O estudo, que foi demandado pela secretária de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural, Silvana Covatti, será feito junto a 5 mil mulheres, buscando traçar o perfil e aprofundar o conhecimento sobre este público.
De acordo com a Emater, mais de 500 extensionistas de 462 municípios gaúchos estarão envolvidos na pesquisa, que se inicia nos próximos dias e segue até 17 de janeiro. A Assistência Técnica e Extensão Rural e Social (Aters) do RS realizou, de janeiro a outubro deste ano, atividades específicas junto a 41.153 das 89.250 mulheres rurais que recebem e participam de ações.
De acordo com estimativas de 2019, o Estado tinha 4,4% da sua população ocupada no âmbito rural, o que equivale a 498.410 pessoas, sendo 352.439 homens (71% do total) e 145.701 mulheres (29%). O percentual está acima do registrado no total da população do RS (51% de mulheres e 49% de homens).
Em relação à idade, o relatório mostra que 59% das mulheres com atividades ligadas ao campo tinham 55 anos ou mais, sendo 30% entre 55 e 64 anos, 21% de 65 a 74 anos e 8% com mais de 75 anos. . Entre os homens, chega a 55% o percentual de ocupados nos setores ligados à agropecuária com mais de 55 anos, quando o percentual de homens dessa faixa etária na população em geral não passa de 35%.
Quanto à escolaridade dos ocupados em setores ligados à agricultura, o documento mostra que as mulheres de mais idade têm menor grau de instrução quando comparadas aos homens de mesma faixa etária, resultado que se modifica conforme são consideradas as mulheres e homens mais jovens.
Na faixa etária acima dos 75 anos, 9,6% das mulheres tinham menos de um ano de instrução e 90,4% contavam com Ensino Fundamental incompleto enquanto entre os homens da mesma idade 78,7% tinham Ensino Fundamental incompleto, 3,6% tinham menos de um ano de instrução, 12,5% tinham Ensino Fundamental completo e 5,2% tinham Ensino Superior completo. Já entre 25 a 34 anos, por exemplo, 7,3% das mulheres tinham Ensino Superior completo e 34,6% contavam com Ensino Médio completo, enquanto entre os homens os percentuais eram de 10,4% e 31,1%, respectivamente.
O relatório técnico do Departamento de Economia e Estatística indica que há uma diferença significativa entre homens e mulheres ocupados em setores ligados à agricultura que afirmam ter uma saúde muito boa. Enquanto para os primeiros o percentual é de 16%, para as mulheres é de 5,4%. Quando é considerado o total de mulheres ocupadas, o percentual chega a 16,8%.
No tema saúde mental, quando questionadas sobre depressão, as mulheres com a ocupação ligada ao campo foram as que mais responderam que se sentem assim "mais da metade dos dias" (12,1%), enquanto essa alternativa não foi citada pelos homens com o mesmo tipo de profissão. O percentual das agricultoras ficou acima do verificado no total de mulheres ocupadas, em que 6,7% disseram se sentir deprimidas mais da metade dos dias.
Conforme dados de 2019 em relação a casos de violência verbal, um percentual de 13,9% das mulheres com ocupação ligada ao campo foram ofendidas, humilhadas ou ridicularizadas na frente de outras pessoas, muito superior ao percentual de homens na mesma situação (2,7%) e do total de mulheres de todas as ocupações (9,3%). Quanto aos casos de violência física, nenhuma mulher afirmou ter sido agredida com tapa ou bofetada no período de 12 meses ou ainda ameaçada com faca ou arma de fogo. Em relação à violência sexual, 5,3% das mulheres com atividades rurais afirmaram que alguma vez na vida tinham sido vítimas de abuso sexual, ante 4,6% do total das mulheres do Rio Grande do Sul.
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