Considerado um dos mais imponentes prédios da cidade de Pelotas, no sul do Estado, o Grande Hotel, construído em 1924, passa por obras para a revitalização do espaço.
Iniciadas em 2019, as intervenções sofreram com paralisações por conta da pandemia e uma mudança no cronograma final de entrega, previsto, inicialmente, para novembro deste ano. Por conta de ajustes no projeto original e modificações necessárias a partir da legislação do Plano de Prevenção contra Incêndios (PPCI), um aditivo contratual foi firmado entre a Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), e a conclusão é prevista para junho do ano que vem.
A instituição de ensino superior recebeu, em 2011, a doação por parte da prefeitura de Pelotas para a implementação de um hotel escola no local. Após três anos, o projeto foi contemplado pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) - Cidades Históricas para receber recursos. No entanto, as intervenções foram ocorrer apenas quatro anos após a confirmação. O cronograma previa a conclusão até o fim deste mês, contudo, o ritmo lento - ou até mesmo a suspensão dos serviços - por conta dos decretos municipais e estaduais durante a pandemia de Covid-19 obrigaram a UFPel a alargar o prazo final.
De acordo com a arquiteta e fiscal do contrato de revitalização do Grande Hotel, Cíntia Essinger, por conta dessa extensão a universidade vai arcar com R$ 240 mil acima do previsto. Com isso, o total da reforma deve ultrapassar os R$ 9 milhões. Ela conta que, por ser um prédio histórico, algumas adaptações precisaram ser feitas. "Descobrimos problemas no reboco, em esquadrias, infiltrações e isso nos levou a fazer modificações no projeto original. Além disso, tínhamos um projeto para elevadores, por exemplo, que também precisamos alterar", conta.
Segundo Cíntia, a obra atingiu 30% do total previsto. Todas as intervenções estão sendo feitas na área interna dos quatros andares do prédio. A fachada deve ser a última a receber os trabalhos, previstos para iniciarem em fevereiro. Parte do antigo hotel, no térreo, será mantido com o projeto original dos quartos, em que o banheiro era compartilhado, além das louças, em uma espécie de memorial.
A finalidade do prédio, quando pronto, será abrigar um laboratório aos alunos do curso de Hotelaria da UFPel. O subsolo abrigará uma cozinha industrial, além de áreas como almoxarifado e rouparia. No térreo, onde serão mantidos os quartos originais, além da recepção, haverá um café. O segundo e terceiro andares, com 27 quartos, serão usados para o laboratório dos alunos, onde irão aprender conceitos sobre organização do espaço, limpeza, entre outros. O último andar será reservado para as salas de aula, além da parte diretiva do curso e um laboratório de gastronomia.
A abertura do hotel escola, no entanto, ainda não tem previsão de ocorrer. Isso porque os valores aplicados na obra incluem apenas a reforma do espaço. Quando concluído, em julho, a universidade buscará, através dos governos federal e estadual, verbas para a compra de equipamentos e mobiliário. "Ainda não sabemos quanto isso custará, mas sabemos que há editais que podemos nos encaixar para buscar esses valores", explica Cíntia. Além disso, outra definição será sobre a gestão do espaço, cuja definição ocorrerá ao longo de 2022.