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MEIO AMBIENTE Notícia da edição impressa de 01 de Novembro de 2021.

Projeto propõe troca de lixo por comida em Santa Cruz do Sul

População recebe um quilo de alimento se entregar quatro quilos de resíduos ou dois litros de óleo vegetal

População recebe um quilo de alimento se entregar quatro quilos de resíduos ou dois litros de óleo vegetal


/Luiz Fernando Bertuol/DIVULGAÇÃO/CIDADES
Uma iniciativa protagonizada pela secretaria municipal de Meio Ambiente, Saneamento e Sustentabilidade de Santa Cruz do SUl tem o propósito de conscientizar a população para a preservação do planeta e, ao mesmo tempo, melhorar a qualidade da alimentação das comunidades mais vulneráveis. Trata-se do Troca Solidária, que começa pequeno, como um projeto piloto, mas que promete alcançar grandes proporções.
Uma iniciativa protagonizada pela secretaria municipal de Meio Ambiente, Saneamento e Sustentabilidade de Santa Cruz do SUl tem o propósito de conscientizar a população para a preservação do planeta e, ao mesmo tempo, melhorar a qualidade da alimentação das comunidades mais vulneráveis. Trata-se do Troca Solidária, que começa pequeno, como um projeto piloto, mas que promete alcançar grandes proporções.
Nesta primeira edição, 500 quilos de alimentos adquiridos pela prefeitura junto a agricultores familiares locais foram disponibilizados. Cada quatro quilos de papel, metal, papelão, vidro e/ou plástico ou uma garrafa pet com dois litros de óleo vegetal usado deram direito a um quilo de alimento. Nas sacolas, uma variedade de frutas e legumes como laranja, beterraba, brócolis, batata-doce ou aipim descascado e congelado. Cada aluno ou familiar que chegava já ia entregando os materiais para pesagem. Duas balanças foram instaladas, uma para resíduos e outra para os alimentos.
Para a engenheira ambiental Gabriela Ottmann, diretora de Meio Ambiente do município, o objetivo do Troca Solidária é melhorar a qualidade da alimentação das populações em vulnerabilidade e também conseguir tirar dos aterros os recicláveis, de modo a reintroduzi-los novamente na cadeia produtiva. "Queremos trabalhar com a comunidade a necessidade de separar o lixo dentro de casa. Cada resíduo que a gente separa e encaminha para a reciclagem é um resíduo a menos nos aterros", explicou.
A ação resultou em 1.500 quilos de resíduos recolhidos e 100 litros de óleo vegetal. O material foi todo entregue para os trabalhadores da Cooperativa de Catadores e Recicladores (Coomcat), que farão a comercialização, garantindo o sustento de dezenas de famílias que sobrevivem da reciclagem.
O projeto foi construído a partir de uma iniciativa protagonizada pela prefeitura de Curitiba. Em março deste ano, o secretário municipal de Meio Ambiente, Saneamento e Sustentabilidade, Jaques Eisenberger, esteve no município para uma visita técnica e se encantou com o que viu. "Lá é um pouco diferente, o projeto é mais antigo e acontece uma vez por semana em cada comunidade. Eles colocam caminhões, um carregado de alimentos e o outro para recolher os resíduos. É muito interessante porque envolve a comunidade e chegam a se formar grandes filas no dia da troca", explicou.
O secretário esclarece que, em Santa Cruz do Sul, a ideia foi começar pela comunidade escolar e aos poucos ampliar para o restante da população. "Temos planos de realizar eventos até mesmo em praças de lazer para envolver cada vez mais pessoas", disse ele. A Escola Bom Jesus, que já possui um biodigestor e hoje caminha para ser considerada referência em questões ambientais, foi a instituição escolhida para o pontapé inicial. Muitas famílias carentes possuem os filhos matriculados na escola, o que também foi decisivo para a escolha.
 Duas outras edições do projeto já têm data marcada para acontecer e para 2022 um cronograma já está sendo elaborado. No dia 19 de novembro será a vez da Escola Menino Deus se engajar na iniciativa e no dia 10 de dezembro o encontro é no Colégio Harmonia.
 
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